Movimentos populares venezuelanos e brasileiros foram às ruas de Caracas, capital da Venezuela, nesta quarta-feira (11) para protestar contra a invasão aos três Poderes realizada no último domingo por bolsonaristas.
A concentração ocorreu na praça Bolívar e reuniu diversos movimentos, como a Brigada Apolonio de Carvalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Comunera, a Frente Francisco de Miranda e o Instituto Simón Bolívar.
Durante o ato, as organizações condenaram os atos terroristas realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília e pediram que os envolvidos sejam punidos.
::O que está acontecendo na Venezuela::
Ao Brasil de Fato, a coordenadora da brigada do MST na Venezuela, Simone Magalhães, afirmou que o ato visava reunir movimentos de ambos os países para exigir que os autores materiais e intelectuais dos atos golpistas sejam identificados e responsabilizados.
"Os movimentos estão aqui hoje para pedir que não haja anistia aos que atentaram contra a democracia brasileira" disse.
Além disso, a militante destacou a importância de unir organizações venezuelanas e brasileiras nesse momento em que os países devem retomar relações diplomáticas.
"Infelizmente as relações institucionais entre nossos países foram rompidas nos últimos anos, mas agora vamos reconstruir essa relação de solidariedade que se mantém, que está viva e que será respeitada", disse.
::Em ato simbólico, movimentos populares entregam à delegação da Venezuela embaixada em Brasília::
Os ativistas também manifestaram apoio ao governo do presidente Lula e expressaram solidariedade entre os dois países. Para Carmen Navas, da direção do instituto Simón Bolívar, a Venezuela já viveu episódios semelhantes ao ocorrido no Brasil.
"Estamos aqui hoje para mostrar mais uma vez que Caracas segue sendo um centro de reunião para os povos do mundo, um centro de solidariedade e de amizade. O povo venezuelano já viveu o que o Brasil está vivendo e agora vemos a oportunidade para nos mobilizarmos e derrotarmos a intentona golpista no Brasil", disse.
Executivo e Legislativo condenam atos no Brasil
Nos últimos dias, os poderes Executivo e Legislativo da Venezuela também condenaram os atos terroristas que ocorreram em Brasília no domingo.
Em reunião com deputados realizada nesta segunda-feira (09), o presidente Nicolás Maduro manifestou apoio ao governo de Lula e disse que a invasão aos prédios públicos em Brasília foi um ataque da direita que não reconhece a derrota eleitoral.
::Chanceler de Lula confirma retomada de relações com a Venezuela e fala em "reconstruir pontes"::
"Enviamos todo nosso apoio ao presidente Lula e à democracia brasileira. Repudiamos os ataques às instituições públicas por parte desses grupos neonazistas e neofascistas do bolsonarismo", disse.
O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, também condenou os atos terroristas da extrema direita brasileira e disse que "quando a direita fascista perde eleições recorre aos golpes de Estado, à violência e ao ataque à ordem constitucional".
Edição: Thalita Pires