É aguardado para esta quarta-feira (18) o depoimento à Polícia Federal (PF) do ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele terá de responder sobre a conivência e “omissão dolosa e criminosa” pela qual foi indiciado e teve decretada prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por ter mudado a cúpula da segurança do DF e viajado às vésperas dos ataques a Brasília no último dia 8.
O ex-secretário de Segurança Pública do DF, que é bolsonarista, foi exonerado do cargo no dia seguinte e está preso preventivamente desde o último sábado (14). Ele passou por audiência de custódia virtual após chegar a Brasília, e a Justiça decidiu que o investigado deveria permanecer preso.
É ventilada a possibilidade de haver uma acareação entre Torres e o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB). No momento, o Distrito Federal é governado pela vice Celina Leão (PP).
Preocupações bolsonaristas
Aliados do governador afastado, também por decisão de Alexandre de Moraes, estariam preocupados com o depoimento do ex-ministro e ex-secretário. O ex-presidente Jair Bolsonaro também tem muito interesse no caso, após a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres pela PF.
:: Ministro do TSE inclui minuta do golpe em investigação contra Bolsonaro ::
O documento autorizava Bolsonaro a declarar “estado de defesa” na sede do TSE e instaurar um regime militar na Justiça Eleitoral, que reverteria o resultado da eleição.
Ibaneis Rocha se defende dizendo que foi "enganado", que tinha informações de que as "manifestações" bolsonaristas eram "pacíficas" e ele não teria tido acesso às informações que poderiam indicar a possibilidade de violência, organização criminosa e orquestração dos grupos terroristas. Existe também a chance de Anderson Torres se manter calado.
Artigo original publicado em Rede Brasil Atual.