Nesta quarta-feira (1°), centenas de pessoas caminharam com a deputada estadual eleita, Marina dos Santos (PT), mais conhecida como Marina do MST, até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no centro da capital, onde a liderança dos Sem Terra foi empossada ao cargo. O ato teve como objetivo mostrar a força do mandato popular construído por Marina e diversos movimentos sociais.
A marcha teve início no bairro da Lapa, no Armazém do Campo, estabelecimento conhecido por comercializar produtos de assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e caminhou até o Palácio Tiradentes. No caminho, bandeiras de diferentes movimentos populares foram erguidas.
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Marina, que foi eleita com mais de 46 mil votos nas últimas eleições, explica que a marcha “traz uma simbologia muito forte das lutas populares e dos movimentos sociais”.
“O povo organizado dos movimentos sociais e populares vão dar posse a primeira mulher Sem Terra eleita deputada estadual no estado do Rio. [...] Essa é a colheita de uma vitória coletiva, de uma vitória do povo, da classe trabalhadora do campo e da cidade”, afirma a deputada.
A deputada eleita diz que um dos principais planos para seu mandato é fortalecer os comitês populares de luta para defender a democracia.
“Iremos fazer um mandato combativo a todas as políticas neofascistas desse governo estadual do Cláudio Castro e junto com o povo defender e construir bandeiras de luta nas comunidades, mas também na Assembleia Legislativa, de combate à fome e de geração de emprego e renda para a classe trabalhadora”, finaliza.
Cristiane Germana dos Santos é moradora do Complexo da Penha, na zona norte da capital fluminense, e participou de toda a marcha. Para ela, não existia a opção de não estar presente neste ato simbólico para a posse popular da Marina.
“O MST contribuiu muito para minha comunidade, graças a eles conseguimos levar comida para 148 famílias e hoje estou aqui porque este mandato é da democracia, um mandato popular, do povo, então, eu jamais poderia deixar de vir prestigiar a Marina e caminhar com ela para ela assumir este mandato”, explica Cristiane.
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Já Antônio Shaolin, mora na favela da Rocinha, na zona sul do Rio, e é uma das lideranças comunitárias do local, ele acredita que o MST é o maior movimento da América Latina com poder de conquista de direitos para o povo.
“Participar desta caminhada junto com uma mulher eleita pelo voto popular e Sem Terra tem um valor muito simbólico. É o processo da favela e do campo em uma aliança que vai se dar ao longo do mandato. [...] Nós queremos conquistar segurança alimentar para o campo e as favelas e isso vai acontecer porque a Marina está junto com o povão e nós estamos juntos com ela”, afirma Shaolin.
A ideia de realizar a marcha junto com o povo até o local em que seria empossada, foi da própria Marina, por conta de seu histórico de luta e de vida dedicado à construção do MST. O integrante da direção política do mandato da deputada, Breno Rodrigues, diz que “essa vaga na ALERJ será ocupada com toda a força dos movimentos sociais e das organizações e lideranças comunitárias”.
“Ela vai estar acompanhada de muitos braços, mentes, corações para fazer uma luta institucional que sirva para a população e que esteja junto com essa população”.
Breno explica também que a segurança alimentar para todos é um dos princípios do mandato de Marina.
A produção de alimentos saudáveis se coloca como fundamental neste mandato, assim como a luta pela erradicação da fome e para que isso aconteça só estando alinhado com muitas pessoas que trabalham pela justiça social no seu dia a dia”, finaliza.
Ao final do ato, Marina subiu as escadas do Palácio Tiradentes ao som de muitas palavras de ordem e gritos das pessoas que a acompanharam durante a marcha até a posse.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister