DIREITOS DO TRABALHO

Movimento grevista de terceirizados da Refap avança na luta por melhores condições de trabalho

Mediação no TRT4 nesta terça-feira (31) oficializou movimento grevista e abriu diálogo entre trabalhadores e empresas

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Trabalhadores terceirizados da Petrobras que atuam na Refap, em Canoas (RS), paralisaram as atividades por dois dias - Foto: Divulgaçao STIMMMEC

Após dois dias de paralisação na luta por maiores salários e melhores condições de trabalho, trabalhadores terceirizados de empresas que prestam serviços para a Petrobras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), através de representações sindicais, conquistaram uma via da diálogo em mediação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), na tarde desta terça-feira (31). Entre as reivindicações está a equiparação do salário pago em outras refinarias do país, que no RS chega a ser 30% menor, além de outros benefícios.

O movimento iniciou na segunda-feira (30), quando de forma espontânea os trabalhadores entraram em estado de greve, paralisando atividades e iniciando manifestação frente à empresa, que fica na BR-116, em Canoas (RS). Os grevistas atuam nas empresas Estrutural, Estel, Engevale, Manserv, Contratec e Darcy Pacheco, que somam cerca de 4,5 mil trabalhadores na Refap.

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Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita (STIMMMEC), Paulo Chitolina, a mediação ocorreu no sentido de oficializar o movimento grevista, visto que os trabalhadores iniciaram a manifestação por fora do movimento sindical. “Não teve aviso de 48h antes para informar a greve, então na segunda-feira de tarde notificamos as empresas, mas elas entraram no tribunal com pedido de abusividade de greve, então ontem teve a mediação”, explica.

Chitolina informa que ficou acordada a suspensão da paralisação, mantendo o estado de greve. Na manhã de quinta-feira (2), ocorre nova mediação no TRT4, quando então será debatida a pauta específica dos trabalhadores. Além do STIMMMEC, também participam das negociações o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (STICC) e a comissão dos trabalhadores terceirizados.

Os sindicatos dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA) e dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Canoas (Sintrocan) também vêm apoiando e contribuindo para a organização da luta dos terceirizados na Refap.

Os terceirizados reivindicam a equiparação salarial com os trabalhadores de refinarias da Petrobras de outros estados, que chega a ser 30% maior do que no RS. Além disso, a pauta coletiva pede reembolso de passagem e custos de quem veio de fora do RS, aumento dos valores para alimentação, das horas prêmio ao término da parada de manutenção, participação no Programa de Lucros e Resultados (PLR), previsão de direitos trabalhistas nos contratos (40% da multa de rescisão e seguro-desemprego) e o pagamento de 100% nas horas extras aos sábados.

Na mediação, em contrapartida à suspensão da paralisação até nova mediação, os representantes das empresas se comprometeram a não descontar os dias paralisados e a abrir negociação imediata sobre a ajuda de custo e as despesas de deslocamentos dos trabalhadores que vieram de outros estados. Também assumiram o compromisso de não demitir os trabalhadores que participaram da greve.

Contraponto

Após publicação desta matéria, a assessoria da empresa Manserv contatou a redação do Brasil de Fato RS e enviou nota com sua posição. Confira:

Diante da paralisação ocorrida na Refap, nesta segunda-feira (30), a Manserv informa que seus trabalhadores não estão em greve e que a paralisação não guarda qualquer relação com a situação de seu contrato. A Manserv, prestadora de serviços e soluções inteligentes nos setores de logística, facilities e indústria é parceira da Petrobras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS) e, atenta a questões ao entorno de seus contratos, seguirá contribuindo sempre, no que couber, para o equilíbrio das relações.


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko