A bancada de oposição na Câmara de Curitiba terá dois novos nomes a partir de 2023: Angelo Vanhoni e Giorgia Prates (ambos do PT), que foram empossados na quarta (1). Eles ocupam, respectivamente, as cadeiras de Carol Dartora (PT), eleita deputada federal, e Renato Freitas (PT), eleito deputado estadual em 2022.
Tendo 4.084 votos nas eleições municipais de 2020, Angelo Vanhoni chega à Câmara de Curitiba pela segunda vez. Ele já foi vereador entre 1989 e 1994. No discurso de posse, Vanhoni lembrou sua passagem na Casa há 30 anos e disse voltar, agora, com um sentimento especial. Falando sobre o cenário político do país, lembrou a prisão do ex-presidente Lula em Curitiba e a luta pela retomada e manutenção da democracia no país.
:: Giorgia Prates assume como vereadora, levando o olhar de todas as lutas do povo ::
"O Brasil passa por uma crise sem precedentes do ponto de vista civilizatório. Há dois anos, minha compreensão a respeito da vida política e social do Brasil era muito pessimista. Para minha alegria, eu volto à Câmara nesse movimento novo da democracia brasileira. É uma alegria profunda estar aqui, hoje, simbolizando esta mudança que a gente quer na cidade de Curitiba, no Brasil e no mundo", afirmou.
Por sua vez, Giorgia Prates defendeu os direitos das populações colocadas à margem da sociedade. Fotojornalista com histórico de coberturas junto aos movimentos populares, Prates iniciou seu discurso lembrando a história de família que acompanhou em uma ocupação urbana de Curitiba.
"Ali não tinha sonho, não tinha esperança, não tinha nada além de um pedido de socorro. Eu venho de um lugar onde a luta das pessoas por sobrevivência é mais do que diária, é a cada minuto, a cada segundo. Venho de um lugar onde os direitos humanos sempre foram desrespeitados. Mas venho de uma favela onde as pessoas são muito aguerridas", disse.
Em 2020, Prates concorreu às eleições pela Mandata Coletiva das Pretas (formada por ela e Andreia de Lima) e obteve 3.582 votos. Negra e lésbica, afirmou que irá encampar na Câmara as pautas que carrega no próprio corpo e a defesa dos direitos das populações empobrecidas e marginalizadas.
"Após ter acompanhado o sofrimento nas ruas, escolhi entrar nesse espaço de poder para, junto à população, lutar por dias melhores. A representatividade fará com que muita gente dignifique o passado por meio do presente. Outras mulheres, outras pessoas periféricas virão para pensar políticas públicas por elas mesmas", concluiu.
Mudanças na base governista
Também foram empossados dois novos vereadores da base do prefeito Rafael Greca (DEM): Bruno Pessutti (Podemos) e Rodrigo Braga Reis (PSL, atual União Brasil) entraram nos lugares de Denian Couto e Flávia Francischini, que ocupam, a partir de agora, cadeiras na Assembleia Legislativa do Paraná.
Em seu discurso de posse, Braga Reis criticou a fala de Angelo Vanhoni, afirmando que "Curitiba é uma cidade conservadora, que deu mais de 65% dos votos a Jair Bolsonaro". "Vamos continuar nesse trabalho conservador, porque 65% dos eleitores de Curitiba assim desejaram. Não podemos mudar essa filosofia de trabalho", disse.
A Câmara de Curitiba continua com ampla maioria governista e conservadora. Das 38 cadeiras, apenas cinco têm alinhamento progressista e de oposição ao prefeito.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Frédi Vasconcelos