Herói da luta de Cuba pela independência, o poeta e intelectual José Martí é uma inspiração da revolução socialista na América Latina. No último sábado (28), no marco dos 170 anos do seu nascimento, foi inaugurado no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP), um busto de bronze em sua homenagem.
O evento contou com representantes de movimentos sociais e de solidariedade à Cuba, residentes do país caribenho, partidos políticos e artistas.
"É uma dívida histórica que se paga agora com esse busto de José Martí no Memorial da América Latina, onde já está instalado um grande busto do admirável Bolívar, o libertador, a quem ele admirava pessoalmente. De agora em diante, Martí estará para sempre no Memorial da América Latina, estará para sempre no Brasil", destaca Pedro Monzón, cônsul-geral de Cuba em São Paulo.
"Para os cubanos, Martí é a alma da pátria. Fidel organizou a revolução a partir dos pensamentos e da influência de José Martí. Não se entende a revolução cubana sem Martí", completa.
Adolfo Curbelo Castellanos, encarregado de negócios da Embaixada de Cuba no Brasil, afirma que a atuação da Ilha na educação, na saúde, e na projeção de sua política exterior, é toda permeada em Martí.
"Martí é a essência da Revolução Cubana. A revolução cubana é socialista, porque é profundamente martiana", aponta Castellanos.
Legado para os movimentos populares
Lutador pela unificação da América Latina, no ideal chamado de Pátria Grande, Martí é reverenciado também por militantes e movimentos populares, como pontua João Pedro Stedile, da Direção Nacional do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
"José Martí é considerado o pai das Américas, ele tem uma obra humanitária fantástica, como escritor, poeta, libertador, que até hoje deve guiar todos os que lutam por uma sociedade mais justa e pela libertação e soberania de todos os povos. Nós do MST recolhemos no legado de Martí muitos ensinamentos", analisa a liderança do movimento.
A letra da famosa música Guantanamera, de melodia de Joseíto Fernández, é parte de um poema escrito pelo revolucionário.
"É dele a ideia de que só o conhecimento liberta as pessoas. Ensinamentos como esse perpassam a luta política", finaliza Stedile.
Edição: Thalita Pires