As autoridades chinesas criticaram a decisão dos Estados Unidos de derrubar o que afirmam ser um balão meteorológico que entrou no espaço aéreo estadunidense. De acordo com Pequim, o balão saiu de seu curso esperado e entrou no território dos EUA de maneira acidental.
O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng, apresentou uma queixa na embaixada dos EUA na China no domingo (5) e afirmou que os estadunidenses fizeram um "uso indiscriminado da força". Xie também destacou que a decisão abala as relações entre os dois países após o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, se encontrarem presencialmente pela primeira vez em Bali, na Indonésia, em novembro de 2022.
"O porta-voz do Ministério da Defesa dos EUA disse que o balão não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas no solo. Apesar disso, os EUA obviamente exageraram ao insistir no uso da força e violaram seriamente a prática internacional", disse Ministério das Relações Exteriores da China em nota publicada no Global Times.
De acordo com a Associated Press, o balão foi derrubado por um caça F-22 no sábado (4) e Biden manifestou que "gostaria de elogiar nossos aviadores que o fizeram".
O incidente fez com que o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelasse uma viagem planejada para a China que aconteceria no domingo. O jornal Financial Times publicou que Blinken poderia até mesmo encontrar Xi, o que marcaria a primeira reunião de um Secretário de Estado dos EUA com um presidente chinês em seis anos.
O episódio foi usado por congressistas republicanos para criticar Biden. "Permitir que um balão espião do Partido Comunista da China viaje por todo o território continental dos Estados Unidos antes de contestar sua presença é uma projeção desastrosa de fraqueza da Casa Branca", disse Roger Wicker, senador do Mississippi e membro do Comitê de Serviços Armados do Senado.
De acordo com pesquisa de opinião da Gallup, 79% da população dos EUA tem uma visão desfavorável da China. Além disso, 49% dos estadunidenses acreditam que a China é o "maior inimigo" de seu país, contra 32% que colocam a Rússia nesse local e 6%, a Coreia do Norte.
Edição: Arturo Hartmann