estrutura criminosa

Mapbiomas identifica centenas de pistas de pouso ilegais em terras indígenas e áreas protegidas

Total de pistas de pouso encontradas na Amazônia é mais que o dobro das registradas oficialmente na Anac

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Garimpo Tatuzão, na região do rio Uraricoera na TI Yanomami - Bruno Kelly/Amazonia Real

Levantamento feito pelo Mapbiomas, divulgado nessa segunda feira, revelou mais de 2.800 pistas de pouso na Amazônia, número que é mais que o dobro das pistas que estão legalmente registradas na Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

Além disso, 804 dessas pistas estavam dentro de uma área protegida, 320 no interior de terras indígenas e mais de 450 a menos de cinco quilômetros de um garimpo. 

De acordo com a organização, o objetivo na divulgação desse mapa é contribuir no trabalho de acabar com essas pistas clandestinas que ficam na Amazônia.

O coordenador técnico do mapeamento de mineração do Mapbiomas, Cesar Diniz, explicou que, apesar das pistas clandestinas poderem ser utilizadas para outros fins ilícitos como o tráfico de drogas ou o transporte ilegal de madeira ou animais silvestres, é o garimpo que utiliza de forma intensa esse meio de transporte na Amazônia, tanto para trazer maquinário quanto para o escoamento do ouro.

Cesar também sugeriu alternativas para evitar que garimpeiros expulsos da terra indígena Yanomami voltem.

Ainda segundo o levantamento, cerca de 12% da área de garimpo no país é ilegal, o que equivale a 23 mil hectares de terra, uma área equivalente a cidade de Recife, capital de Pernambuco.