O jornalista estadunidense, vencedor do prêmio Pulitzer, Seymour Hersh, publicou na última quarta (8) um artigo afirmando que as explosões no gasoduto Nord Stream, em setembro de 2022, foram realizadas pelos EUA com a ajuda de aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). De acordo com a publicação, mergulhadores da Marinha dos EUA plantaram explosivos durante exercícios realizados pela Aliança em junho de 2022 e noruegueses teriam os ativados três meses depois.
Ainda segundo o artigo de Hersh, que cita apenas uma fonte anônima, o plano da explosão do gasoduto Nord Stream que liga a Rússia à Alemanha, teria sido discutida na Casa Branca por nove meses com a participação do presidente Joe Biden e do Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. A administração dos EUA classificou a investigação de Hersh como uma "pura ficção".
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O incidente em Nord Stream e Nord Stream 2 ocorreu em 26 de setembro, quando um vazamento de gás foi descoberto em quatro locais de gasodutos de exportação russos situados no fundo do Mar Báltico. Suécia, Dinamarca e Alemanha estão conduzindo investigações. Em novembro de 2022, a promotoria sueca concluiu que o vazamento do oleoduto foi resultado de uma grave sabotagem. Isso confirmou suspeitas de que as explosões foram deliberadamente causadas por cargas explosivas, mas os suspeitos ainda não foram identificados. Investigadores alemães também estão investigando as circunstâncias do incidente, sem oferecer por ora resultados.
O Kremlin classificou o incidente como um ato de terrorismo internacional. Ao comentar a publicação do artigo, a Rússia destacou que a investigação do jornalista Seymour Hersh sobre o Nord Stream não foi amplamente divulgada no Ocidente: "Isso não pode deixar de nos surpreender", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
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Já o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, afirmou que a publicação do artigo de Hersh "não pode deixar de levar a consequências para Washington". Segundo o vice-chanceler, a reportagem confirmou a conclusão a que Moscou havia chegado anteriormente.
O chefe da Duma estatal (Câmara baixa do parlamento russo), Vyacheslav Volodin, por sua vez, foi mais contundente e declarou em seu canal do Telegram que o presidente dos EUA, Joe Biden, "está entrando para a história como um terrorista".
Edição: Arturo Hartmann