"QG da propina"

Crivella vira réu na Justiça Eleitoral por esquema de corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro

Caso se tornou público há dois anos quando político do Republicanos ainda era prefeito do Rio

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Marcelo Crivella
Crivella e os outros 25 acusados passam a ser réus pelo crime de falsidade ideológica eleitoral - Tomaz Silva/Agência Brasil

Uma denúncia feita contra o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi aceita pela Justiça Eleitoral na última segunda-feira (13). Com isso, Crivella e os outros 25 acusados passam a ser réus pelo crime de falsidade ideológica eleitoral, o “caixa 2”, além dos crimes comuns de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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A denúncia foi no caso que ficou conhecido como "QG da Propina", que se tornou público há dois anos, quando Crivella ainda era prefeito do Rio. O político foi preso nove dias antes de terminar o mandato, em 22 de dezembro de 2020, e foi acusado de chefiar uma organização criminosa, que tinha o empresário Rafael Alves – apontado como seu “homem de confiança” - como principal negociador de contratos públicos.

Segundo o Ministério Público, mesmo sem cargo na Prefeitura do Rio, Rafael Alves tinha uma sala na sede da Riotur, a empresa de turismo da cidade, e negociava de lá. A defesa do empresário Rafael Alves não se manifestou publicamente.

Já a defesa de Crivella, em resposta ao portal G1, disse que "o próprio Ministério Público Eleitoral afirmou há dois anos, não há nenhuma prova contra o ex-prefeito que justificasse um processo criminal”. A nota diz ainda que “a defesa acredita que o arquivamento deve ser mantido”.

Ainda segundo o portal G1, os promotores destacaram que a organização criminosa foi instalada na Prefeitura do Rio com a finalidade de aliciar empresários para os mais variados esquemas de corrupção, com o foco na arrecadação de propina, mediante promessas de receberem uma espécie de “tratamento preferencial” em contratos com a administração municipal. O MP afirma que a quadrilha transformou a repartição pública em um "QG da Propina", e arrecadou mais de R$ 50 milhões.

Arquivado

Nos últimos dois anos, o processo ficou entre a Justiça comum e a Justiça eleitoral e não avançou. Até agora, nenhuma audiência foi marcada e nenhuma testemunha foi ouvida.

Até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o caso deveria seguir com a Justiça Eleitoral. Ao aceitar a denúncia, o juiz Marcel Laguna Duque Estrada, da 16ª Zona Eleitoral do Rio, determinou a citação dos réus para apresentação das defesas num prazo de 10 dias.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse