Profissionais da enfermagem fizeram uma paralisação e foram às ruas em todas as regiões do país nesta terça-feira (14) para reivindicar o pagamento do piso salarial da categoria. Aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados em 2022, o piso não está sendo pago devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que alegou incerteza sobre a origem dos recursos para garantir os pagamentos.
Os atos foram convocados por entidades que representam a categoria, como a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), sindicatos e conselhos de classe. Grupos representantes de profissionais de diferentes estados foram a Brasília para um ato junto à sede do Ministério da Saúde. Além disso, houve mobilizações organizadas pelas entidades locais.
Em Belo Horizonte (MG) centenas de profissionais se encontraram nas ruas da região central da cidade para o ato. "[O piso da enfermagem] já é lei e já houve a mudança na Constituição Federal. Agora, precisamos que os prefeitos e os patrões agilizem", disse o vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva (PT), que é médico de família e comunidade.
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O ato do Rio de Janeiro reuniu cerca de 800 pessoas, segundo o Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindenf-RJ). O grupo se concentrou junto a um hospital na zona norte da capital fluminense e partiu em caminhada até o estádio do Maracanã, que fica na mesma região.
Profissionais da categoria protestaram também em João Pessoa (PB), onde o grupo pressionou a prefeitura da cidade e o governo paraibano. As mobilizações foram realizadas também em outras cidades do estado como Monteiro, Patos, Campina Grande e Sapé.
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Na capital amazonense, Manaus, os participantes do ato se dirigiram até a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para pressionar deputadas e deputados estaduais. O ato foi organizado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) e pelo Fórum de Entidades de Enfermagem do Amazonas (Feeam).
Houve mobilização também em Porto Alegre (RS). O ato convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs) percorreu ruas da capital gaúcha até chegar ao Palácio Piratini, sede do governo do estado, onde foi entregue ofício ao governo estadual solicitando apoio para garantir a implementação do piso.
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Em Pernambuco, o sindicato dos enfermeiros do estado uniu a pauta nacional a demandas locais para garantir a implementação do piso na rede estadual e nos municípios.
"A gente gente sabe que mesmo a Medida Provisória [que regulamentará o piso] sendo aprovada, tem muitos municípios que não querem debater questões básicas como plano de cargos e carreira ou quem tem jornada diferente de trabalho e precisa receber salário diferenciado", explica a enfermeira Ludmila Outtes, presidenta do Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco (SEEPE).
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O piso
O texto que regulamentou o Piso Nacional da Enfermagem prevê salário base de R$ 4.750 para enfermeiros por 40 horas de trabalho semanais. Os técnicos em enfermagem teriam salário mínimo garantido de 70% do valor pago aos enfermeiros (ou seja, R$ 3.325), enquanto auxiliares de enfermagem e parteiras teriam salário base de 50% do valor pago aos enfermeiros (R$ 2.375).
O assunto tem sido discutido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a implantação do gabinete de transição, em novembro do ano passado. No início de fevereiro, após uma série de reuniões entre o Ministério da Saúde e entidades que representam a categoria, foi elaborada uma minuta de Medida Provisória (MP) que regulamenta a fonte de pagamento do piso. A expectativa é que esse texto seja publicado até março.
Edição: Nicolau Soares