Ronda Política

MTST protesta contra Zambelli e Eduardo Bolsonaro, CNJ afasta juíza bolsonarista e mais

O Tribunal manteve a condenação por corrupção passiva e excluiu a punição por lavagem de dinheiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Manifestação do MTST em frente aos escritórios de Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro - Reprodução/Facebook/MTST

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) protestaram contra congressistas que apoiaram os atos criminosos do 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Entre os alvos, estavam os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP). O movimentou protestou em frente ao escritório de ambos, em São Paulo. Também houve manifestações em frente às casas do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Conselho Nacional de Justiça afasta juíza bolsonarista de Minas Gerais

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento cautelar a juíza Ludmila Lins Grilo, responsável pela Vara Criminal, de Júri e de Infância e Juventude da comarca de Unaí, em Minas Gerais, nesta terça-feira (14).

No mesmo dia, o CNJ abriu dois processos administrativos disciplinares por suspeita de negligência no exercício da magistratura e manifestações partidárias em suas redes sociais, o que fere "a ética e o decoro do cargo". A juíza ficou conhecida por defender de maneira contumaz o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pautas negacionistas.

Um relatório elaborado na comarca da juíza identificou, entre as irregularidades, extravio de processos, identificação de 1.291 processos paralisados, faltas ao trabalho todos os dias da semana, sem autorização do Tribunal de Justiça, morosidade excessiva e 23 processos parados aguardando despachos há mais de um ano.


Ludmila Lins Grilo ao lado de Olavo de Carvalho / Reprodução/Instagram

"As irregularidades são inúmeras. Mas um fato une todas: a reclamada não cumpre seus deveres básicos, deixando de comparecer ao fórum, mesmo sem autorização para realizar teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados. Ao invés de priorizar a execução desses deveres de gestão, a magistrada participa de inúmeras atividades na internet, em entrevistas, livros e cursos pertencentes à empresa da qual é sócia", disse o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça.

"Há réus presos sem sentença, réus soltos sem audiência, em um desleixo absoluto com a atividade judicante. Um imenso desprestígio à jurisdição, com a insistência de trabalhar de forma 100% digital, o que acarreta números elevados de prescrições, pautas longas, processos sem sentença, extraviados", concluiu Salomão.

Justiça Eleitoral aceita denúncia de MP e torna Crivella réu

A Justiça Eleitoral aceitou uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e tornou réu o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A denúncia surgiu da investigação acerca do "QG da Propina" que supostamente ajudava empresas que já tinham o objetivo de firmar contratos com a Prefeitura do Rio de Janeiro a "furar a fila". Para passar essas empresas na fila, esse "QG da Propina" cobrava um percentual de 3% a 5%. Nesse esquema, Crivella seria o chefe da organização.


Ex-prefeito do Rio chegou a ser preso em 2020, a poucos dias do fim do mandato / Tânia Rêgo/Agência Brasil

O MPRJ indicou a participação de servidores, empresários e nomes fantasmas "interfeririam nas tomadas de decisão, agilizando pagamentos a empresas específicas e interferindo nos processos de licitação para beneficiar empresas que consentiam em pagar propinas a agentes públicos". Esse grupo teria arrecadado cerca de R$ 50 milhões durante o mandato de Crivella. 

Edição: Nicolau Soares