Ronda Política

TCU analisará gastos do cartão corporativo, cai o sigilo da vacinação de Bolsonaro e mais

Tribunal irá investigar os gastos realizados durante o período eleitoral, quando houve um aumento expressivo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Somente entre agosto e outubro de 2022, os gastos de Bolsonaro somaram R$ 9.188.642,20, o que equivale a R$ 3.062.880,73 por mês - Chandan Khanna/AFP

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (15), a instauração de uma apuração sobre os gastos cometidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), mais conhecido como cartão corporativo.

A partir do pedido feito pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados, a Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação, vinculada ao TCU, irá fiscalizar os gastos na esfera da Secretaria-Geral da Presidência da República, gabinete pessoal do presidente e Gabinete de Segurança Institucional. A atuação do Banco do Brasil também será investigada, uma vez que é responsável por operar as transações.

A investigação recairá sobre os gastos executados entre agosto e outubro do ano passado, período eleitoral, uma vez que houve um "aumento expressivo" dos gastos nesta época. Até 8 de novembro do ano passado, pouco depois do período eleitoral, os gastos da Presidência com despesas sigilosas do cartão chegavam a R$ 22.751.636,53, segundo levantamento do UOL.

Dentro deste período, somente entre agosto e outubro, os gastos somaram R$ 9.188.642,20, o que equivale a R$ 3.062.880,73 por mês. Este montante representa um aumento de 108% se comparado à média mensal de gastos em 2021: R$ 1.574.509,64. 

CGU retira sigilo de cartão de vacinação de Bolsonaro

A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu derrubar o sigilo imposto ao cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme publicou o Metrópoles. Como largamente anunciou durante o seu mandato, Bolsonaro afirma não ter se vacinado contra a covid-19.

Agora, o conteúdo da carteirinha de vacinação deve ser liberado até o fim da semana e repassado para aqueles que fizeram um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) ao Ministério da Saúde.


Jair Bolsonaro imitando pacientes com falta de ar em uma de suas lives às quintas / Reprodução/Facebook

"Há uma discussão quando se está diante de uma política pública de vacinação no meio de uma pandemia. As pessoas eram estimuladas ou desestimuladas a se vacinarem e isso gerava impacto no índice de contaminação, nas mortes. Em uma situação como essa, será que há interesse público numa carteira de vacinação de uma autoridade pública? A discussão é legítima e a decisão vai ser tomada pela área técnica da CGU", disse o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, em entrevista para à Folha de S. Paulo em 4 de fevereiro.

Governo Lula barra Witzel de reunião no Planalto

Wilson Witzel (PMB), governador cassado do Rio de Janeiro, foi impedido de participar de uma reunião no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (15), em Brasília.

Ao chegar no Planalto, Witzel foi questionado por jornalistas para onde estava se dirigindo. O ex-governador, no entanto, não deu detalhes. Logo depois, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República informou por meio de nota que Witzel foi barrado ao tentar participar de uma reunião de maneira indevida.


Wilson Witzel era ferrenho apoiador de Jair Bolsonaro / Governo do Rio de Janeiro/Divulgação

"O Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (Ieja) pediu uma agenda para apresentar um projeto à Secretaria de Comunicação Social (Secom). O ex-governador Wilson Witzel, que é apoiador do Instituto, teve conhecimento da agenda e tentou participar. A presença do ex-governador não estava prevista na agenda. Ele não foi recebido por ninguém da Secom", afirma a secretaria em nota.

Na ocasião, Lula não estava no Planalto, mas em viagem ao Nordeste para o lançamento do programa Minha Casa Minha Vida e para a inauguração de obras.

STF determina que Eduardo Bolsonaro se manifeste sobre queixa-crime de Daniela Mercury

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques determinou, na segunda-feira (13), que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifeste em até 15 dias sobre a queixa-crime apresentada contra ele pela cantora Daniela Mercury, como havia solicitado a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Determino a notificação do deputado federal Eduardo Nantes Bolsonaro, para que apresente resposta à queixa-crime, no prazo de 15 dias. Caso sejam apresentados novos documentos com a resposta, intime-se a querelante [Daniela Mercury] para sobre eles se manifestar, no prazo de 5 dias", despachou o ministro Nunes Marques.


Eduardo Bolsonaro / CNN Portugal/Reprodução

A cantora acusa o congressista de difamá-la ao publicar informações falsas em suas redes sociais. Na ocasião, Eduardo Bolsonaro afirmou que Daniela Mercury dizia que Jesus Cristo era "gay, muito gay, muito bicha, muito viado, sim".

Michelle inicia atividades como presidente do PL Mulher

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro iniciou as suas atividades como presidente do PL Mulher, após autorização da sigla, nesta quarta-feira (15). De acordo com apuração da Folha de S. Paulo, na tarde de ontem, Michelle conheceu seu escritório e se reuniu com 15 deputadas da bancada do partido.  

Edição: Nicolau Soares