A aproximação entre o presidente Lula (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas ações relacionadas ao apoio às vítimas das chuvas que atingiram o litoral norte paulista geraram incômodo entre políticos e internautas bolsonaristas, segundo a imprensa. Para o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, a repercussão se deu porque "o princípio da relação federativa havia sido abandonado" no país. Nesta terça-feira (21), Pimenta fez uma série de postagens nas redes sociais comentando o assunto.
"O que deveria ser um fato corriqueiro, autoridades de diferentes partidos unidas para trabalharem juntas pelo bem comum, ganhou uma enorme repercussão porque esse 'princípio básico' da relação federativa havia sido abandonado", disse, via Twitter.
Lula e Tarcísio se aproximaram publicamente na segunda (20), com a presença do petista e de uma comitiva de ministros que viajaram ao litoral norte de São Paulo para ver de perto os estragos causados pela forte chuva que atingiu a região. Diferentemente do que ocorreu durante as eleições de outubro, quando os dois gestores, então candidatos, estiveram em polos rivais, o encontro simbolizou uma aproximação política e foi marcado pelo clima amistoso, com gestos como abraços e apertos de mão.
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Os dois prometeram cooperação mútua na busca pela contenção da crise local deflagrada pela tempestade e na resolução dos problemas criados pelo temporal, que deixou até agora 44 pessoas mortas e 49 desaparecidas.
"O ódio, a fúria, e as mentiras publicadas pelos bolsonaristas, inconformados com esse gesto de unidade e respeito, são reveladores do desprezo pela democracia e pela dor do nosso povo. Merecem nosso desprezo e devem ser ignoradas. União e reconstrução, esse é o caminho", comentou Paulo Pimenta, em outra postagem no Twitter.
Investimento
O ministro também rebateu uma postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que evidenciava o valor de R$ 2 milhões a serem liberados pelo governo federal para socorrer as vítimas do temporal. Ao ironizar a figura de Lula chamando-o de "pai dos pobres", o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou uma notícia que divulgava esse investimento e a comparou com outra matéria que noticiava uma captação de recursos no valor de R$ 5 milhões feita pela atriz Cláudia Raia no âmbito da Lei Rouanet, um dos principais instrumentos da política de incentivo à cultura no país.
Em postagem similar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também comentou o montante de R$ 2 milhões destinados ao amparo das vítimas e comparou com o caso envolvendo a atriz. "O presidente de todos os brasileiros, desde que sejam 'cumpanheiros'", ironizou. Outros bolsonaristas fizeram eco e postaram coisas semelhantes.
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A deputada Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, mencionou o crédito de R$ 700 milhões liberado por Bolsonaro no final de 2021 por meio de uma medida provisória destinada ao socorro de regiões atingidas por tempestades em Minas Gerais e na Bahia. "Lula liberou R$ 2 milhões? Que tipo de presidente é este? Nós tínhamos presidente", provocou, por meio de seu perfil no Twitter.
"Infelizmente, aquelas pessoas que se dedicam à política do ódio, da mentira, da perversidade e da fake news não respeitam nem um momento como este. Espalham pelas redes sociais que a ajuda do governo federal seria de somente R$ 2 milhões. Isso é uma mentira. Serão centenas de milhões de reais necessários para recuperar estradas, remoção e construção de novas casas, recuperação de escolas e unidades de saúde", contrapôs Pimenta, em vídeo postado na internet.
UNIÃO E RECONSTRUÇÃO
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) February 21, 2023
A mobilização coordenada pelo @LulaOficial para ajudar as vítimas das chuvas em SP mostra como um verdadeiro líder se comporta na hora da dificuldade. O @govbr não vai medir esforços para ajudar a população, não caia nas mentiras da turma do ódio. pic.twitter.com/AhCCQ2fXzS
Edição: Nicolau Soares