O problema continua

Prévia do Inpe indica recorde de alertas de desmate na Amazônia em fevereiro

Queda de janeiro não prosseguiu e fevereiro deve ter maior índice desde o início da série histórica, em 2015

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A queda dos índices de janeiro deram a impressão de que o desmatamento poderia estar sendo revertido - Greenpeace

Dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 209 quilômetros de floresta foram desmatados na chamada Amazônia Legal até o dia 17. É a maior marca para o mês na série histórica, iniciada em 2015. O instituto divulga às sextas as informações colhidas na semana anterior. Com isso, os números do mês de fevereiro serão fechados na próxima sexta-feira, 3 de março.

Segundo o relatório de hoje, os estados que mais desmataram neste mês são Mato Grosso (129 km²), Pará (34 km²) e Amazonas (23 km²).

Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 30 mil metros quadrados.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro. Engloba a área total de oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Desmate da Amazônia em janeiro

Os dados divulgados pelo Inpe contrastam com os registrados em janeiro, quando o acumulado de alertas de desmatamento foi de 167 km², queda de 61% em relação a igual mês de 2022. Entidades ligadas à preservação ambiental ressaltaram, à época, que ainda era cedo para falar sobre uma reversão de tendência.

“A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela. Registramos a maior cobertura de nuvem dos últimos seis anos para o início do ano. O fenômeno pode aumentar o tempo de detecção pelo Deter, que usa imagens de satélites com sensores ópticos”, disse Daniel Silva, especialista em conservação da WWF Brasil.