CENTRAL DO BRASIL

'Carnaval absorve trabalhadores que o mercado exclui', diz diretor da Imperatriz Leopoldinense

André Bonnate fala sobre a jornada da campeã de 2023, que levou a história de Lampião para a avenida

Brasil de Fato|Recife(PE) |
Imperatriz é campeã do carnaval do Rio depois de 22 anos
Imperatriz é campeã do carnaval do Rio depois de 22 anos - CARL DE SOUZA / AFP

A Imperatriz Leopoldinense foi a campeã do carnaval 2023 no Rio de Janeiro, misturando xaxado com samba para contar a história de Virgulino Ferreira, o Lampião, e sua esposa Maria Bonita, os mais famosos dos cangaceiros.

No programa Central do Brasil desta segunda-feira(27), o diretor da escola, André Bonatte, fala sobre a jornada nos últimos anos até a vitória e também a respeito da importância do carnaval para a cultura brasileira

::"Nossa vitória é fruto da parceria da Imperatriz com a comunidade'", diz diretor de carnaval::

Inspirado na literatura de cordel, o enredo levou para a avenida a mesma magia e o universo fantástico presentes nos tradicionais folhetos e voltou a desfilar, no último sábado(25), na apresentação das campeãs. 

Além de encantar o público com esta história, a escola conseguiu quebrar um jejum de 22 anos sem títulos e fortalecer uma reconexão com a comunidade. 

Este é o entendimento de André Bonatte, diretor da escola, que ressaltou a importância da liberdade criativa dada ao carnavalesco Leandro Vieira, idealizador do enredo vencedor. 

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"O que o artista precisa na essência? É liberdade. Se você coloca o artista dentro de uma caixa, ferrou. Quando o Leandro vem pra cá, a primeira coisa que a gente garante a ele é a liberdade de construção", explicou. 

Ao citar a liberdade criativa na produção do enredo, André citou também a importância de valorizar o carnaval e destacou o papel socioeconômico da festa na incorporação de trabalhadores geralmente excluídos do mercado. 

"A gente tende a diminuir a arte produzida pelo carnaval. O que se produz no carnaval não fica atrás do que se vê no Louvre, do que se tem nos maiores museus do mundo. O que se produz aqui em termos de cultura é muito rico", compara. 

"O carnaval é um mercado que absorve todo tipo de gente, que às vezes o mercado informal não absorve com tanta facilidade. O mercado do carnaval tem pessoas mais velhas, que são as costureiras que o mercado tradicional exclui. Tem o pessoal LGBTQIA+, que a gente sabe o quanto é excluído no mercado tradicional de trabalho e as escolas de samba absorvem com muita tranquilidade", analisou. 

A entrevista completa de André Bonatte você acompanha na edição desta segunda-feira(27), do programa Central do Brasil. 

Assista agora ao programa completo 




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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, à s12h30, pela Rede TVT e emissoras parceiras públicas espalhadas pelo país. 


 

Edição: Rodrigo Durão Coelho