Produzido pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o podcast “O Negócio Tóxico do Agro” teve seu primeiro episódio lançado nas plataformas digitais na última segunda-feira (27). Com o objetivo de abordar as diversas faces do agronegócio no território brasileiro, denunciando os impactos da utilização para a saúde humana e o meio ambiente, o podcast é produzido pela Campanha através da chamada pública para Projetos da Sociedade Civil de Comunicação Popular e Comunitária em Saúde, da Fiocruz Brasília, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
De acordo com Roberta Quintino, assessora de comunicação da Campanha, a ideia de produção do material surgiu a partir do entendimento de que a comunicação é um instrumento fundamental para alertar e denunciar os problemas estruturais, econômicos e políticos em torno do agronegócio, além de anunciar a agroecologia como um caminho à produção de alimentos livres de veneno. “Nesse sentido, é importante construir alternativas para lutar contra os agrotóxicos e contra o agronegócio, é preciso que a informação sobre os impactos do uso do veneno nas nossas comidas, nas nossas águas e nos nossos corpos cheguem em todos os lugares”, afirmou.
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Roberta ainda ressalta que a ideia da produção de um podcast que abordasse a temática já vinha sendo gestada há algum tempo. Mas, somente agora, após a participação e aprovação em uma chamada pública da Fiocruz Brasília, foi possível tirar o projeto do papel e dar voz à luta da Campanha Contra os Agrotóxicos.
O episódio piloto narra o caso da comunidade tradicional do Parque do Mirador, unidade estadual de conservação localizada no estado do Maranhão, que teve sua terra e seu rio contaminados pelo uso de agrotóxicos. De acordo com a campanha, a situação foi provocada principalmente pela atuação da bancada ruralista no Congresso Nacional, que atua constantemente para flexibilizar ainda mais as normas e registros de veneno no país. O episódio de lançamento conta com a participação de Allan Campos, pesquisador e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP); Larissa Bombardi, professora e doutora em Geografia Humana pela USP; Nilto Tatto, deputado federal (PT-SP); e Maria Kazé, coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Questionados pelo Brasil de Fato sobre como a produção do podcast pode contribuir para a luta contra os agrotóxicos, a assessora afirma que é importante que a população, do campo e da cidade, tenha conhecimento sobre as várias faces do agronegócio no mundo, principalmente, no Brasil, que hoje é o maior consumidor de agrotóxico do mundo e deixa um rastro de doenças, destruição e morte. “O podcast nasce como mais uma ferramenta para abordar e denunciar as violações do agronegócio, a especulação no mercado de terras e alimentos, os riscos à saúde humana e ao meio ambiente e apresentar a agroecologia como modelo de agricultura viável e capaz de cultivar alimentos e vida saudável”, pontuou.
O projeto conta com seis episódios lançados semanalmente, e ao longo de sua produção serão abordados temas como agroecologia, resistência popular, assistência jurídica e direito reprodutivo. Para acompanhar, basta acessar o perfil do podcast nas plataformas Spotify, Deezer e Google Podcast.
Campanha permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida
A Campanha é uma rede de organizações da sociedade com objetivo de denunciar os efeitos dos agrotóxicos e do agronegócio, e anunciar a agroecologia como caminho para um desenvolvimento justo e saudável da sociedade. Construída por mais de cinquenta organizações, dentre elas, uma rede movimentos sociais do campo e da cidade, organizações sindicais e estudantis, entidades científicas de ensino e pesquisa, conselhos profissionais, ONGs, grupos de consumo responsável, mandatos políticos, entre muitas outras, tem a perspectiva de consolidar uma rede em torno da luta unitária contra os impactos severos que os agrotóxicos causam na saúde humana e no meio ambiente. Ao mesmo tempo em que busca explicitar as contradições e malefícios gerados pelo agronegócio.
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Fonte: BdF Ceará
Edição: Camila Garcia