Durante uma entrevista ao canal de televisão Ecuavisa, na manhã desta terça-feira (07/03), o ex-presidente equatoriano Lenín Moreno confirmou que pedirá asilo político ao governo do Paraguai, país onde reside atualmente.
A decisão foi tomada, segundo o próprio ex-mandatário, em função do recente pedido da Procuradoria-Geral do Equador para que se impusesse medida cautelar que o obrigaria a se apresentar perante um tribunal local a cada 15, enquanto durar a investigação do Caso Ina Papers.
Na conversa com o jornalista Carlos Rojas, apresentador do jornal matutino da emissora equatoriana, Moreno alegou que não está só trabalhando em Assunção, onde ocupa o cargo de comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para questões de deficiência, mas também passando por um tratamento médico que o impossibilitaria de viajar de avião com frequência.
“Estou consultando com o meu advogado, mas a princípio eu vou fazer isso sim [pedir asilo no Paraguai], porque as pessoas no Equador não sabem que eu estou passando por esse tratamento e que nas últimas vezes que viajei de avião, a Quito e a Genebra, tive problemas de sangramento na bexiga, que pode ser provocado durante uma simples turbulência, e tive que ser hospitalizado três vezes por causa disso”, relatou o ex-mandatário equatoriano.
Moreno é uma das 37 pessoas que está sendo investigada no Caso Ina Papers, que tem esse nome porque surgiu a partir de uma denúncia de suposto esquema de desvio de US$ 76 milhões em dinheiro público, além de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para contas em paraísos fiscais em nome das três filhas do ex-presidente, cujos nomes compartilham o mesmo sufixo: Irina, Cristina e Carina.
Além do político, também estão sendo investigadas sua esposa, Rocío González, e as três filhas [entre as quais a mais comprometida seria a mais velha, Irina Moreno González, que também seria uma das operadoras do esquema]. Ambas também teriam que se apresentar à Justiça a cada 15 dias, segundo o pedido da procuradoria.
A medida solicitada à família Moreno González é a mais branda entre os envolvidos no caso, apesar de que inclui também prisão preventiva domiciliar . Entre os demais investigados, 23 enfrentam pedidos de preventiva em regime fechado. Outros nove que deverão cumprir a medida em regime domiciliar, só receberam o benefício por serem maiores de 65 anos.
Segundo a imprensa local, o juiz Luis Adrián Rojas, da Corte Nacional de Justiça do Equador, emitiu parecer favorável ao pedido da Procuradoria, e deverá torná-las efetivas nas próximas horas.
Artigo original publicado em Opera Mundi.