O Senado da França aprovou nesta quinta-feira (09/03) o aumento da idade para aposentadoria de 62 para 64 anos, como parte da reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Emmanuel Macron, apesar da onda de protestos e greves que tomou conta do país.
A mudança foi aprovada por 201 votos a favor e 115 contra. A idade de aposentadoria deve aumentar três meses a cada ano a partir de setembro, até atingir o patamar de 64 anos em 2030.
A votação aconteceu no final de uma maratona parlamentar de 15 horas de discussão. A oposição progressista condenou a proposta aprovada pela maioria conservadora. Os parlamentares da esquerda tentaram, sem sucesso, obstruir a votação através de instrumentos previstos no rito do Senado.
O governo quer ainda aumentar de 42 para 43 anos o tempo de contribuição para que os trabalhadores tenham direito à aposentadoria completa. O prazo para aprovação da reforma no Senado se encerra à meia-noite do próximo domingo.
As medidas ainda serão submetidas à aprovação na Assembleia Nacional – o equivalente à Câmara dos Deputados – onde o texto deverá encontrar maior resistência. As duas casas do Legislativo têm até o dia 26 de março para aprovar as reformas.
Mais greves e protestos
Os sindicatos prometeram aumentar a pressão sobre o governo com a realização de novos protestos e greves, depois de dois dias seguidos de interrupções no abastecimento de combustíveis e atrasos e cancelamentos nas estações de trem e aeroportos, em meio a uma série de manifestações em massa.
Alguns dos principais portos do país também foram paralisados com a adesão dos estivadores às greves.
Macron colocou a reforma da Previdência como uma das prioridades de seu governo, alegando que aumentar a idade de aposentadoria e o tempo de contribuição seriam fundamentais para evitar um déficit no sistema.
A França, porém, ainda fica atrás da maioria dos demais países europeus, que aumentaram a idade de aposentadoria para 65 anos ou mais.