O senado vai investigar uma possível relação entre as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a negociação que culminou com a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, comprada por um fundo de investimento dos Emirados Árabes Unidos – país vizinho dos sauditas.
Segundo o senador Omar Aziz (PSD-AM), eleito para presidir a Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado, a negociação da refinaria foi feita por preço abaixo do custo de mercado (venda por US$ 1,8 bilhão, enquanto o valor real aproximado seria de US$ 3 bilhões).
Ao UOL, Aziz disse que vai se reunir com outros senadores para definir de que maneira a investigação vai transcorrer. A Polícia Federal e a Receita Federal serão acionadas para envio de informações.
Segundo Aziz, o senado já entrou em contato com a Petrobras para buscar documentos sobre o custo da refinaria. O senador garantiu que "não está julgando ninguém", mas que viu o caso com estranheza.
"Se fosse uma propina de 3 milhões de euros, seria muito difícil transportar num voo normal. Mas isso, transformado em diamante, que não perde nunca o valor... [Há] valor agregado ali", disse ao UOL.
O valor de 3 milhões de euros citado por Aziz diz respeito ao conjunto de joias que foi apreendido pela Receita Federal e que seria um presente para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em valores convertidos atualizados, as joias valem cerca de R$ 16,3 milhões.
Edição: Thalita Pires