O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, se posicionou a favor da Medida Provisória que prevê a tributação da exportação do petróleo cru.
Ele acredita que a taxação do produto poderá minimizar os impactos dos reajustes dos derivados sobre a população mais pobre e fortalecer o desenvolvimento da cadeia produtiva em torno do petróleo.
"Grandes países produtores de petróleo têm politicas de Estado que visam tributar a exportação de óleo cru com dois objetivos: gerar receita para estabilizar os preços e gerar desenvolvimento de uma cadeia produtiva ou da própria indústria nacional, relacionada ao refino", afirmou.
:: Governo vai taxar exportação de petróleo para minimizar aumento da gasolina ::
A declaração foi dada ao programa Central do Brasil, nesta terça-feira (14). Para Deyvid Bacelar, a decisão do governo brasileiro de tributar o óleo cru é acertada e pode gerar bons resultados para o país.
"A FUP já defende isso há um bom tempo. Nós defendemos a proposta de criação de um fundo de estabilização, com recursos da tributação do óleo cru. Não só para estabilizar preços, mas também para ter essa riqueza ajudando o refino aqui no Brasil", explicou.
Em fevereiro, o governo federal decidiu retomar parcialmente a cobrança dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol. Para não repassar completamente ao consumidor o aumento da taxação nos combustíveis, decidiu também tributar a exportação do óleo cru.
:: Governo retomará impostos sobre combustíveis cobrando mais da gasolina ::
Petrolíferas estrangeiras com atuação no Brasil e os partidos Novo e PL questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade da cobrança. As empresas reclamaram da falta de diálogo e citaram, por exemplo, possíveis efeitos financeiros a partir desta taxação.
Deyvid Bacelar, por usa vez, afirma que o objetivo é apenas maximizar os lucros. "Essas empresas tiveram lucro recorde em 2022 em relação a 2021, de um ano para outro, só por causa da oscilação do preço. Quando falam que vão reduzir os investimentos por causa da tributação, querem garantir seus altíssimos lucros. O que nós precisamos é ter autossuficiência no refino aqui no país", concluiu.
O conteúdo completo da entrevista de Deyvid Bacelar você acompanha na edição desta terça-feira do programa Central do Brasil.
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Por que a cana de açúcar?
Especialistas analisam a cadeia produtiva que mais escraviza no Brasil. O país encontrou 2.575 pessoas em situação análoga à escravidão em 2022, maior número desde 2013, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. E a atividade com maior número de resgatados em 2022 foi o cultivo da cana-de-açúcar, com 362 vítimas. Para aprofundar o tema, o Central do Brasil investiga a cadeia de cana de açúcar no Brasil e tenta entender os motivos históricos e sociais que levam o setor a ser o que mais escraviza no Brasil.
O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato e é veiculado pela Rede TVT, em São Paulo, e por uma rede de emissoras públicas parceiras espalhadas pelo país. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, sempre às 12h30, ao vivo.
Edição: Nicolau Soares