Iyami Osoronga é um culto tradicional feminino Gèlèdè da sociedade Egbé, não está amplamente difundido no Brasil, mas é possível encontrar resquícios do culto e práticas que se fundem com o culto de Orixás. Tradição que, protagonizada por divindades e praticantes mulheres, tem em seu centro Nanã, Iyemanjá, Osún, Obá, Oyá e Ewa.
Além da mística e religião, este culto tem o princípio da ancestralidade feminina.
Na música “Iyami Ile Oro” de Kiko Dinucci e Juçara Marçal a letra traduz em verso o principio “Tá em mim, em mãe, tá em vó também/bisavó e tataravó”.
Esta é uma faixa "lado b" do repertório de Metá Metá – trio paulistano – que, ao escutar, materializa em minha memória Marielle Franco, “Pomo, pomba, punho entre o mal e o bem”, a Marielle que materializou e segue símbolo da "mulher ancestral raiz", altiva que não se silencia mesmo com o esforço de morte imposta, segue semente.
Desde 2018 todo Março é mês de perguntar: Quem mandou o vizinho do Bolsonaro matar Marielle Franco?
Este ano podemos afirmar em conjunto: seguiremos o caminho de luta que nossas ancestrais trilharam: Viva Marielle, viva a luta atual de Anielle Franco. Seguiremos "Feiticeira desde o céu à raiz" apesar de igrejas e milícias.
*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.