O feminicídio de Débora Moraes, que foi coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na capital gaúcha, teve sua primeira audiência judicial nesta quarta-feira (15), no Foro Central de Porto Alegre, onde foram ouvidas as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público. No lado de fora, uma manifestação cobrou justiça por Débora.
A vigília contou com a presença de amigos, organizações feministas, familiares de Débora e integrantes do MAB. Segundo o grupo, a intenção é sensibilizar a juíza que acompanha o caso e também a sociedade para que crimes como este não sejam impunes.
Débora foi assassinada pelo marido em 12 de setembro de 2022, na casa onde morava, na Vila dos Herdeiros, zona leste da capital gaúcha. Ela tinha uma filha de seis anos e uma trajetória de luta em defesa dos direitos dos atingidos pela barragem da Lomba do Sabão.
Companheira da Débora na luta pelos atingidos da periferia porto-alegrense, Maria Aparecida Luge recorda com carinho da amiga militante. "Uma companheira muito valorosa, sempre cuidou da comunidade da Lomba do Sabão, encaminhou o pessoal", afirma. "A gente quer justiça!"
"A nossa barragem tem 92 hectares de espelho d’água, está no relatório de barragens pelo alto risco de rompimento. As pessoas estão sendo realocadas, nesse trabalho a gente estava apoiando a comunidade e ela era da linha de frente", prossegue.
Alexania Rossato, integrante da Coordenação Estadual do MAB, complementa que "o que a Débora fez foi importante para o reassentamento das 35 famílias que já foram reassentadas da região" e lembra que ainda há outras famílias nesta luta. Também comenta o que leva o grupo a se manifestar.
"O assassino está preso desde o dia da morte da Débora e que assim continue, é o que nós esperamos como justiça por Débora. Estamos aqui nessa vigília pedindo também justiça por todas as mulheres, no RS nós tivemos, ano passado, um número exorbitante de feminicídios. No Brasil também, muito por conta também do incentivo do então presidente Bolsonaro, de violência às mulheres. Que isso acabe."
Presente no ato, Télia Negrão, representando o Levante Feminista Contra o Feminicído do RS disse que o ato reafirma a defesa da vida das mulheres. "Gritamos uma palavra de ordem do Levante, #mortasmasnãoesquecidas. Um aviso de que estaremos lutando por justiça com a mesma força que lutaremos por políticas públicas de prevenção e atendimento a todas as mulheres", assegura.
* Com informações da Rede Soberania e do MAB
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Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira