árvore tradicional

Projeto Guardiões dos Baobás valoriza símbolo de resistência e descendência africana 

A iniciativa faz parte do Plano Nacional de plantar árvores e produzir alimentos saudáveis do MST

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O baobá é uma árvore tradicional de países como Madagascar e Senegal, sendo considerada sagrada para religiões de matriz africana - Reprodução
Baobás estão espalhados em diferentes estados do Brasil, mas o maior número deles está em Pernambuco

O baobá é uma árvore tradicional de países como Madagascar e Senegal, sendo considerada sagrada para religiões de matriz africana, como o Candomblé. Apesar de não ser tradicional do Brasil, ela teria chegado ao país com africanos sequestrados durante a invasão portuguesa, que aconteceu no período colonial. 

Para valorizar este símbolo de resistência e a descendência africana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Pernambuco, está produzindo mudas da espécie no assentamento Che Guevara, na cidade de Moreno. 

A estudante Ana Luisa é voluntária do projeto que vem sendo coordenado pela brigada Dom Helder Câmara do MST. 

“Isso vem com a ajuda de jovens camponeses que e batalhador que vem criando há um tempo já e vem trazendo jovens da cidade para ter essa vivência e criar, ver o que é um baobá, saber o que é agroecologia, entre outras coisas”, explica. 

Os baobás estão espalhados em diferentes estados do Brasil, mas o maior número deles está em Pernambuco, com 150 árvores. E Recife é conhecida como a capital dos baobás nas américas, com 70 árvores.  

O projeto tem o objetivo de espalhar as árvores nos assentamentos, acampamentos e terreiros de todo o país, através da construção de um viveiro com 40 mil mudas do projeto Guardiões dos Baobás. 

O arquiteto e paisagista José Augusto faz parte do projeto, contribuindo com a sua experiência no plantio da espécie no projeto do MST. 

“O aspecto da resistência e da adaptabilidade, de saber se transformar e se adaptar às condições; me levou a associar ele à resistência das comunidades, das associações, das organizações sociais. Nisso me veio em mente o MST, porque o MST para se realizar, ele passa por uma provação às comunidades, aos grupos que se associam, que vão lutar pela terra, pelos seus direitos”, afirma.  

A iniciativa faz parte do Plano Nacional de plantar árvores e produzir alimentos saudáveis do MST, que tem o objetivo de plantar 100 milhões de árvores em dez anos, até 2030. 

Para a estudante Ana Luisa, que é do Recife, esta é uma experiência única que todos deveriam conhecer. 

“Foi uma experiência única que todas as pessoas deveriam passar por essa experiência, porque você se conhece a si mesmo, você conhece o que você come na cidade, você sabe como é a plantação, você sabe que tudo vem do baixo para cima e isso é muito importante”, conclui.  

Edição: Rodrigo Gomes