Justiça

Dino diz que processará Eduardo Bolsonaro por racismo após ofensa contra Complexo da Maré

O deputado associou o ministro da Justiça e da Segurança Pública ao crime organizado por visitar comunidade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
"Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido", lamentou Dino - José Cruz/Agência Brasil

Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública, afirmou que processará o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo. O parlamentar o associou ao crime organizado, após visita ao Complexo da Maré, na última quarta-feira (15).

"A princípio, nem cogitei entrar com representações porque essa gente não merece muita atenção. Mas fiz uma reflexão quanto à agressão a milhares de pessoas sérias e honestas que, só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde. Em primeiro lugar, há racismo", explicou Dino, em entrevista ao portal UOL, nesta sexta-feira (17).

"Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial. Há crimes contra a honra que estão sendo analisados e serão objeto dessas providências que vou anunciar na segunda-feira", finalizou o ministro.

O ataque de Eduardo Bolsonaro contra Dino foi feito na quarta-feira (15), em sua conta no Twitter. "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas dois carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Comissão de Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo", postou o deputado.

Em outra publicação, Eduardo Bolsonaro vai além e pergunta. "Bem como o que ele foi discutir lá: desarmamento? Recadastramento? Assassinato de policiais? Apreensão de drogas? Ou agradecer o crime por não permitir propaganda de Bolsonaro nestas áreas durante as eleições?"

Dino repudiou as falas do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível. Essas pessoas têm que respeitar o povo pobre do país."

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Edição: Nicolau Soares