Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública, afirmou que processará o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo. O parlamentar o associou ao crime organizado, após visita ao Complexo da Maré, na última quarta-feira (15).
"A princípio, nem cogitei entrar com representações porque essa gente não merece muita atenção. Mas fiz uma reflexão quanto à agressão a milhares de pessoas sérias e honestas que, só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde. Em primeiro lugar, há racismo", explicou Dino, em entrevista ao portal UOL, nesta sexta-feira (17).
"Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial. Há crimes contra a honra que estão sendo analisados e serão objeto dessas providências que vou anunciar na segunda-feira", finalizou o ministro.
O ataque de Eduardo Bolsonaro contra Dino foi feito na quarta-feira (15), em sua conta no Twitter. "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas dois carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Comissão de Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo", postou o deputado.
Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 15, 2023
Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo! pic.twitter.com/vAm29iTrgV
Em outra publicação, Eduardo Bolsonaro vai além e pergunta. "Bem como o que ele foi discutir lá: desarmamento? Recadastramento? Assassinato de policiais? Apreensão de drogas? Ou agradecer o crime por não permitir propaganda de Bolsonaro nestas áreas durante as eleições?"
Dino repudiou as falas do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível. Essas pessoas têm que respeitar o povo pobre do país."
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Edição: Nicolau Soares