Zonas de influência

Comissão Europeia cita 'ameaça chinesa' para defender acordo com Mercosul

Valdis Dombrovskis afirmou que 'este é o acordo mais importante' para o bloco, devido ao seu 'valor geopolítico'

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Valdis Dombrovskis, da Comissão Europeia - Flickr/European Parliament

O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul seria uma “oportunidade única contra o domínio da China”.

Durante a sessão desta segunda-feira (20/03) do Parlamento Europeu, o vice-presidente da Comissão Europeia, o político letão Valdis Dombrovskis, usou o “medo da ameaça chinesa” como principal argumento para tentar convencer os representantes a destravar as negociações em seus respectivos países.

“Ele [acordo Mercosul-UE] poderia facilitar uma ação conjunta sobre os principais desafios globais e contribuiria para combater a crescente presença da China na região. Temos uma oportunidade única de, finalmente, levar o acordo adiante”, afirmou Dombrovskis aos eurodeputados.

O político também afirmou que a reunião programada para o próximo mês de julho entre representantes dos dois blocos é a “oportunidade perfeita” para selar o acordo.

“Este é o objetivo mais importante não concluído da UE até hoje, pois tem um valor geopolítico muito claro”, acrescentou o vice-presidente europeu, enfatizando que o Cone Sul representa “um mercado de 260 milhões de consumidores” para os produtos europeus.

Dombrovskis lembrou que fez diversas visitas recentes ao continente sul-americano para debater sobre os obstáculos que vêm travando as negociações.

Ademais, afirmou que a questão climática também é um fator preponderante, já que o acordo “teria um impacto positivo na sustentabilidade, com compromissos assumidos sobre o clima, a proteção do ambiente, contra a devastação e apoiando os direitos dos trabalhadores”.

O tratado comercial entre os dois blocos começou a ser negociado em 1999, mas nunca foi totalmente concluído.

O mais perto que se chegou de uma conclusão foi em 2019, quando alguns documentos chegaram a ser assinados, mas os parlamentos dos países precisavam aprovar o seu conteúdo, e houve muita resistência, especialmente por parte dos países europeus, devido aos problemas ambientais que o governo brasileiro vinha apresentando à época [durante o mandato de Jair Bolsonaro].

(*) Com informações de ANSA