O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu nesta sexta-feira (31) a libertação do jornalista norte-americano, Evan Gershkovich, correspondente do jornal americano The Wall Street Journal (WSJ), preso na Rússia por acusação de espionagem.
"Deixem-no ir em liberdade", disse Biden em conversa com repórteres, ao responder sobre a situação do jornalista.
Anteriormente, o The Wall Street Journal publicou um editorial instando a Casa Branca a buscar a libertação de Gershkovich, bem como considerar a possibilidade de uma "escalada diplomática e política" com a Rússia, incluindo a expulsão de todos os jornalistas e do embaixador de origem russa dos Estados Unidos.
Ao responder a jornalistas sobre essa possível escalada, o presidente Biden disse que ainda não estava considerando a questão da expulsão de diplomatas.
Na última quinta-feira (30), Gershkovich foi detido na cidade russa de Yekaterinburg. De acordo com o Serviço Federal de Segurança
da Rússia (FSB), ele é suspeito de coletar materiais secretos de Estado relacionados a uma empresa da indústria de defesa russa.
Evan Gershkovich trabalha como correspondente credenciado na Rússia há cerca de seis anos e vinha cobrindo a guerra na Ucrânia e, em particular, a atividade do grupo "Wagner", batalhão paramilitar russo de mercenários que atua no conflito. O repórter pode pegar até 20 anos de prisão se for condenado por espionagem.
Reação da Rússia
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que a reação dos EUA à prisão do jornalista foi uma "auto-revelação da chamada 'sociedade democrática', que se manifesta simplesmente como uma ditadura liberal", disse Zakharova.
Ela chamou a atenção para o fato de que não há investigação por parte dos Estados Unidos para entender o que aconteceu. "Eles imediatamente se voltam para ameaças, represálias contra jornalistas russos. Se essa lógica continuar no espaço público, eles vão semear uma tempestade", disse Zakharova.
Na véspera, a diplomata havia afirmado que as atividades de Gershkovich na cidade russa de Ekaterinburgo, onde ele foi detido, "nada tinham a ver com jornalismo".
Edição: Patrícia de Matos