O município do Rio adquiriu nesta sexta-feira (31) o Edifício "A Noite", localizado na Praça Mauá, na região central da capital, por R$ 28,9 milhões, após diversas tentativas frustradas de negociação entre o governo federal e a iniciativa privada. O objetivo da prefeitura, inicialmente, é negociar o imóvel com a iniciativa privada.
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O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), afirmou que o edifício histórico poderá abrigar um hotel ou projeto residencial. O prédio, onde funcionou a Rádio Nacional, é um ícone da cidade. Em 2013, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan).
"A Prefeitura consegue negociar melhor com o setor privado, nosso desejo é ter aqui um projeto residencial ou um hotel. Entendemos que é um estímulo que estamos dando ao Centro da cidade. O papel da Prefeitura é fazer a infraestrutura, e isso já temos aqui, estamos em frente ao mar, com esta vista incrível da Baía de Guanabara", disse Paes.
O primeiro arranha-céu da América Latina já foi avaliado em R$ 90 milhões. Após quatro tentativas de venda pelo governo federal entre 2021 e 2022, a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU) disponibilizou o prédio no mercado pela quinta vez.
No último ano, o prefeito anunciou que o compraria caso não houvesse uma proposta. Como as propostas privadas não vieram, dias antes do prazo estabelecido para lances, a Prefeitura do Rio deu entrada na aquisição do "A Noite". A expectativa do poder municipal é que a compra tenha impacto na revitalização da região central da cidade.
História
O Edifício "A Noite" foi inaugurado em 7 de setembro de 1929. O projeto do prédio foi desenvolvido pelo arquiteto Joseph Gire em parceria com Elisiário da Cunha Bahiana. A assinatura de Gire pode ser vista em outras edificações na paisagem carioca, como o Palácio das Laranjeiras, o Hotel Glória e o Copacabana Palace Hotel.
Segundo o parecer do Iphan, o prédio é emblemático tanto pelo aspecto estrutural e arquitetônico, quanto por seu significado cultural.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ocupou o edifício até 2012. Em outros tempos, passaram pelos corredores do edifício nomes como as cantoras Emilinha e Marlene, além de outros grandes artistas da música popular brasileira como Dalva de Oliveira, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso.
Foi no ano de 1940, por conta de dívidas com o Governo Federal, que o prédio passou a ser propriedade da União.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita