Se a maior parte das menções a Bolsonaro foi negativa, as menções ao regime fiscal foram positivas
A nova regra fiscal foi apresentada nesta quinta-feira (30) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A ideia é que ela substitua a lei do Teto de Gastos, aquela regra rígida criada durante o governo Michel Temer (MDB), que continuou no governo Bolsonaro, e que, na prática, limitava os investimentos em especial na área social.
Em suma, a nova regra propõe limitar o crescimento das despesas do governo federal a até 70% do crescimento da arrecadação. Por exemplo, se a União receber R$ 100 bilhões em impostos a mais em 2023 do que em 2022, vai poder aumentar seus gastos em R$ 70 bilhões em 2024.
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Na prática, ela serve a duas coisas. Primeiro, permitir a volta do investimento, já que a Lei do Teto impedia isso. Por outro lado, também significa um aceno ao chamado mercado, mostrando que o governo se compromete com a chamada responsabilidade fiscal.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, com apresentação do jornalista Glauco Faria.
Assista ao Tempero da Notícia:
Ofuscado
Segundo o diretor de pesquisas da Quaest, Felipe Nunes, a volta de Bolsonaro ao Brasil liderou as conversas nas redes sociais até por volta das 10h. Depois, só deu regra fiscal e o ministro Haddad, o que ele considera uma vitória da comunicação do governo.
E ainda é necessário considerar outro dado: enquanto a maior parte das menções a Bolsonaro foi negativa, as menções ao regime fiscal foram predominantemente positivas.
Se esperava uma grande recepção e uma grande comoção com o retorno do ex-presidente ao Brasil, mas a realidade não correspondeu a expectativa.
Mas a agenda de Bolsonaro está movimentada. Na próxima quarta-feira (5) ele terá de dar explicações sobre o caso das joias da Arábia Saudita em depoimento na Polícia Federal. Terá que se explicar também sobre um terceiro conjunto de joias recebidas da Arábia Saudita durante seu mandato. O estojo inclui um relógio cravejado de diamantes da Rolex, avaliado em R$ 364 mil.
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Panela de Pressão
Na Panela de Pressão desta semana são os defensores do Regime Militar e do Golpe de 1964. No governo de Jair Bolsonaro, a mensagem de aniversário do golpe por parte do Exército tinha sido retomada nos quatro anos de seu mandato.
O dia 31 de março foi exaltado com a presença das tropas, organizadas pelo Ministério da Defesa, lendo a "ordem do dia", que chamava a ditadura de "marco histórico".
Agora isso acabou. Além disso, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania instalou uma nova Comissão de Anistia que vai rever todos os pedidos de anistia de vítimas da ditadura militar que foram negados pelo governo Bolsonaro.
O decreto para reinstalar a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) está pronto e deve ser publicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Ministério dos Direitos Humanos nos próximos dias.
Cafezinho
Nosso cafezinho vai para aqueles que lutam, até hoje, por um país que se reencontre com sua própria história e que busque uma justiça mais que tardia.
Isso é fundamental para a defesa que podemos fazer da nossa democracia imperfeita. E nós já vimos o quanto ela foi e ainda é ameaçada.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.
Edição: José Eduardo Bernardes
