A Finlândia tornou-se oficialmente o 31º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta terça-feira (4). Em cerimônia realizada na sede da Otan em Bruxelas, na Bélgica, o ministro das Relações Exteriores finlandês, Pekka Haavisto, entregou um documento sobre a adesão ao grupo, o que significa a conclusão do procedimento.
A entrada da Finlândia na aliança militar liderada pelos EUA representa um rompimento da posição de neutralidade que o país manteve por décadas para não prejudicar as relações com a União Soviética e depois com a Rússia. A guerra que a Rússia iniciou com a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 mudou a posição de Helsinque.
Juntamente com a Finlândia, a Suécia também formalizou um pedido de adesão à Otan, mas sua entrada ainda está pendente devido à oposição da Turquia. Ancara acusa Estocolmo de abrigar militantes curdos membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerada uma organização terrorista pela governo de Recep Tayyip Erdogan.
A extensão da fronteira terrestre entre a Finlândia e a Rússia é de mais de 1.270 quilômetros. Ou seja, na prática, a divisa da Rússia com a Otan dobrou de tamanho. A extensão total das fronteiras terrestres da Federação Russa com outros países da aliança (Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Noruega) era de cerca de 1.260 quilômetros.
Interromper a expansão da Otan para perto das fronteiras russas era a principal justificativa de Putin para a intervenção na Ucrânia.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, declarou que Moscou calibrará suas ações.
"Tudo será calibrado em um ambiente de mudança proporcional, sua segurança não será fortalecida, a segurança da aliança do Atlântico Norte como um todo não será fortalecida. Quaisquer ameaças em nossa direção serão aparadas", disse Ryabkov ao canal de TV Rossiya 24.
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, havia declarado que a expansão da Otan está forçando a Rússia a tomar contramedidas para garantir sua própria segurança, tanto tática quanto estrategicamente. Segundo ele, Moscou acompanhará de perto o que acontecerá na Finlândia após a adesão à aliança e, a partir disso, tomará as medidas necessárias.
O porta-voz do Kremlin enfatizou que a adesão da Finlândia à Otan não pode deixar de afetar a natureza das relações bilaterais, uma vez que a aliança miltar é uma "estrutura hostil para a Rússia".
Edição: Thales Schmidt