PREVENÇÃO

Especialista recomenda denunciar ameaças a escolas aos canais competentes e evitar propagação

Conhecer origem de mensagens antes de denunciá-las é fundamental, aponta Flávia Vivaldi

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Em 5 de abril um homem matou quatro crianças em Blumenau (SC) - AFP

Nos últimos dias, muitas mensagens estão circulando em redes sociais e em aplicativos de mensagens sobre supostos novos ataques em escolas que poderiam ocorrer nos próximos dias. Os conteúdos, que têm deixado pais, mães e familiares assustados, estão sendo acompanhados pelas polícias de diversos estados e pelo Ministério da Justiça. Apesar disso, muitos são falsos.

Para compreender o que pode ser feito para prevenir novos atos de violência, o Central do Brasil desta quarta-feira (12) conversou com Flávia Vivaldi, especialista em psicologia da educação.

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Segundo ela, a propagação das mensagens só aumenta o pânico na sociedade. "Acaba empoderando aqueles autores dessas mensagens que nem sempre são autores de ataques. É muito importante que tanto a escola, quanto a família busquem manter a calma e conhecer a origem dessas mensagens. Caso haja indícios de algo que seja mais preocupante nós temos canais de denúncia."

Nesse sentido, não se deve propagar essas mensagens com prints, por exemplo. "As imagens vão sendo coletadas e isso vai vai correndo pelos grupos de família, grupos de escolas e vai aumentando o pânico. Então, primeiro ver se conhece a origem para que de fato haja a possibilidade de você denunciar. E se não houver nenhum indício de que isso seja de fato algo preocupante, não levar adiante a propagação."

Ademais, Flávia pontua que a imprensa precisa trabalhar com informações muito precisas. "Ou seja, quando há de fato um indício de verdade pela fonte e pela autorização inclusive dos órgãos competentes que estão trabalhando nessas mensagens."

Nesse sentido, a postura da representante do Twitter em não considerar as mensagens extremistas como ameaças de ataques é "absolutamente absurda", afirma a especialista, e que por isso tem que haver um comprometimento na aprovação de projetos de lei que estão tramitando no Congresso para regulamentar as plataformas. "Nós temos a lei brasileira de liberdade na internet, de responsabilidade e transparência digital que tramita no Congresso, então a postura do ministro Flávio Dino tem sido muito assertiva no sentido de proteger a sociedade brasileira contra esse tipo de propagação."

Flávia avaliou ainda que é preciso dialogar com os estudantes nas escolas e esclarecer a importância de não "brincar" com esses conteúdos. "A escola precisa ser o espaço de problematizar e promover o desenvolvimento de uma convivência que seja ética, de educar para a cidadania."

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