DIREITOS DO TRABALHO

Motoristas de aplicativos do RS protestam por reajuste das tarifas e por segurança

Manifestação de trabalhadores da Uber, 99 POP e InDrive aconteceu na manhã desta quinta-feira (20), em Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Depois de percorrem várias ruas e avenidas, os motoristas foram até a sede de apoio da Uber para cobrar respeito, melhores tarifas, segurança e negociações - Foto: Matheus Piccini

Mais de 300 motoristas de aplicativos da Uber, 99 POP e InDrive realizaram protesto em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (20), por melhores condições de trabalho para a categoria. Entre as reivindicações estão reajuste das tarifas defasadas, maior segurança nas corridas e abertura de negociações coletivas com as empresas. 

Concentrados desde as 5h no Largo Zumbi dos Palmares, organizados pelo Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), União Gaúcha de Motoristas Autônomos (Ugama) e Associação de Motoristas de Aplicativos (Alma), os trabalhadores e as trabalhadoras tomaram as ruas da capital gaúcha, promovendo um buzinaço para chamar a atenção da sociedade e pressionar as plataformas. 

Depois de percorrem várias ruas e avenidas, os motoristas foram até a sede de apoio da Uber, na esquina da Avenida Carlos Gomes com a Rua Bagé, no bairro Petrópolis. Eles afixaram faixas em frente à empresa, cobrando respeito, melhores tarifas, segurança e negociações.

A presidente do Simtrapli-RS, Carina Trindade, defendeu o reajuste urgente das tarifas. "Tivemos um reajuste no primeiro ano da pandemia, que não foi significativo e, de algumas semanas para cá, a Uber reduziu mais ainda os valores das tarifas", explicou.   

Segundo ela, o quilometro rodado muitas vezes é de R$ 0,90. O grupo exige no mínimo o valor de R$ 1,80, mais o tempo de trajeto.

Um motorista independente, que não quis se identificar, destacou que não existe mais a tarifa dinâmica e reforçou que os gastos dos trabalhadores, que alugam um carro, aumentam cada vez mais.

"A gente busca hoje melhor tarifação para poder trabalhar. As pessoas trabalham 12,13 ou até 14 horas por dia, muitas vezes para ganhar metade do que se ganhava no ano passado e com os custos dobrados", denunciou.

Insegurança no trabalho 

Outra demanda dos motoristas é por mais segurança. Carina defendeu a "reativação imediata da conta da colega Franciene Conrath, que foi agredida por duas passageiras durante o serviço e foi bloqueada no aplicativo da Uber".

A presidenta do sindicato denunciou também que um motorista de Porto Alegre sofreu violência durante uma corrida chamada pela 99 POP, em dinheiro, por uma menina menor de 14 anos. Ele foi assaltado no trajeto e levou cinco tiros, encontrando-se hospitalizado e em recuperação.

Carina reivindica "mais segurança no cadastro dos passageiros, com foto e documento de identificação".

Presente ao ato, o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, manifestou apoio à luta dos motoristas de aplicativos. Ele destaca que os trabalhadores estão sofrendo violência e isso está colocando em risco o trabalho, o sustento e a sobrevivência deles.

"É uma categoria de motoristas que não tem direitos e, por isso, nós precisamos nos incluir nesta luta, para que tenham seguridade, direito à aposentadoria e uma remuneração digna, pois é um trabalho importante para o sistema de transporte urbano", frisou Amarildo.

Houve também a entrega de um manifesto para a Uber e a 99 POP. Confira a integra do manifesto.

*Com  informações da CUT-RS com Simtrapli-RS


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira