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Tempero: general do GSI aparece em imagens do 8 de janeiro e oposição usa caso para criar CPMI

Programa com o jornalista Rodrigo Vianna traz comentários sobre os principais acontecimentos políticos desta semana

Rodrigo Vianna é jornalista desde 1990. Durante sua trajetória, já passou pela Folha de S. Paulo, TV Cultura, Globo e Record - Reprodução/Brasil de Fato
Oposição ao governo agora usa o material para turbinar a CPMI

O governo federal decidiu apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília.

As imagens que mostram o general do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, circulando pelos corredores sem, aparentemente, confrontar os invasores no dia dos atos motivou a mudança de postura do governo em relação ao assunto.

O general pediu demissão do cargo no mesmo dia em que as imagens circularam. O conteúdo foi revelado pela rede de TV CNN. Mas, a narrativa do material foi considerada confusa. A edição feita pela emissora passa a ideia que o general estava dentro do Palácio desde o início das manifestações, o que ele não confirmou.

Além disso, a CNN borrou o rosto dos agentes do GSI que auxiliaram os golpistas durante a invasão ao Palácio do Planalto. Ricardo Cappelli, ministro interino do GSI, questionou por que a emissora decidiu omitir a imagem dos agentes. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na última sexta-feira (20), a identificação dos militares e que a Polícia Federal (PF) ouça o general Gonçalves Dias. 

A conclusão disso é que a oposição agora usa o material para turbinar a CPMI e atrapalhar o desempenho do governo na aprovação de matérias importantes no Congresso Nacional. Os bolsonaristas também "surfam" no caso para tentar inverter a narrativa sobre os atos golpistas e embaralhar os fatos. 

Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, com apresentação do jornalista Rodrigo Vianna.

Assista agora ao programa completo:

Segurança nas escolas 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou iniciativas de combate à violência nas escolas e reuniu esta semana, em Brasília, chefes dos outros poderes, ministros, parlamentares, governadores e prefeitos com o objetivo de pensar uma resposta coletiva ao terror.

Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, intensificou as críticas às plataformas digitais e explicou que a lógica do terror nas escolas segue um padrão similar ao dos ataques às urnas eletrônicas e ao Estado Democrático de Direito. 

Quem não comunica...

O caso da taxação das operações com sites de compras internacionais colocou a comunicação do governo na Panela de Pressão. 

A decisão do governo federal de taxar transações de pessoas físicas para pessoas físicas de até 50 dólares repercutiu negativamente. O objetivo era coibir uma tática de sites de compras internacionais que se beneficiavam dessa regra. Mas, os consumidores reagiram mal à decisão e, com isso, o governo explicou que não criaria uma nova taxa.

Por fim, o presidente Lula determinou que a equipe econômica suspendesse a medida e que fosse em busca de uma solução menos impopular para o tema.

Resultado é que esse movimento atingiu negativamente a imagem do governo, mais do que outros assuntos espinhosos, como a declaração contra o ex-juiz Sérgio Moro e outros temas da economia, segundo a Quaest.

A mesma pesquisa também revelou que o governo não comunica bem fatos positivos, como o Mais Médicos e o aumento do salário mínimo. 

Um cafezinho para diplomacia brasileira 

O cafezinho desta semana vai para a diplomacia brasileira independente. Na China, o presidente Lula defendeu uma posição mais próxima aos BRICS e sugeriu que o dólar não deveria ser o lastro universal para transações comerciais entre os países. Apesar da elogiável independência, a postura do Brasil pode render reações da Casa Branca. Os Estados Unidos podem retaliar o Brasil de alguma forma, diante desse comportamento do presidente Lula 

Onde assistir

O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários. 

As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.

Edição: Douglas Matos