Organizações populares, sindicais e estudantis de Belo Horizonte realizam uma manifestação, nesta terça-feira (25), contra o reajuste da tarifa de ônibus que, no último domingo (23), subiu de R$ 4,50 para R$ 6. O protesto começa às 18h, na Praça Sete, na região central do município.
Com o aumento de mais de 30%, o preço da passagem de Belo Horizonte se tornou o mais alto entre as capitais, junto a Porto Velho (RO), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC). Cidades como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) cobram menos de R$ 4,50 pelo acesso ao transporte público.
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As entidades que convocam a manifestação denunciam que, além do preço ser abusivo, a qualidade do serviço não condiz com as necessidades da população da capital mineira.
“Hoje os ônibus de Belo Horizonte andam sempre lotados, estragados, pegando fogo, sem roda, com portas estragadas, sem trocador e com horários atrasados”, relatou a União Colegial dos Estudantes de Minas Gerais (UCMG), nas redes sociais.
Lucro para os empresários e prejuízo para o povo
O movimento Tarifa Zero BH destacou que é a população mais pobre que será a mais prejudicada com a mudança de valor nas passagens.
“É um aumento muito alto e vem em um momento em que a população não tem recursos. R$ 4,50 já era caro e R$ 6 é um valor inacessível para a maior parte da população”, avalia Juliana Afonso, do movimento.
Para ela, o Executivo deveria negociar com a Câmara Municipal para acelerar a votação da proposta de subsídio de R$ 476 milhões oferecida pela prefeitura.
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Além da revogação do reajuste, o protesto também reivindica a reformulação do contrato do município com as empresas de ônibus.
“Já mostramos que esse contrato não é capaz de fazer um cálculo real do sistema de transporte e, por isso, vai sempre beneficiar as empresas, que estão lucrando. Isso não pode acontecer, uma vez que o transporte é um direito social previsto pela Constituição”, explica Juliana.
Vereadores acionam justiça
Logo após o anúncio do reajuste, os vereadores Bruno Pedralva e Pedro Patrus, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), protocolaram, ainda na madrugada de sexta-feira (21), uma ação popular na Justiça, solicitando liminar que reverta o aumento.
“Nós entendemos que essa é a forma mais adequada de impedir o aumento. Acreditamos que temos força para reverter o reajuste", afirmam os parlamentares.
Ao mesmo tempo, na Câmara Municipal, 14 dos 41 vereadores assinaram um projeto de resolução que, se aprovado por um terço da Casa, pode suspender o reajuste.
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Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Larissa Costa