“Não resolve tudo, é claro, depois de tantos anos de descaso, mas é um alívio muito grande diante do orçamento que havia sido aprovado no ano passado”, avaliou a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Sandra Regina Goulart Almeida.
A reitora foi uma das dirigentes universitárias que participaram do evento no Palácio do Planalto, em Brasília, em 19 de abril, em que o presidente Lula e o Ministro da Educação, Camilo Santana, anunciaram a recomposição de R$ 2,44 bilhões para universidades e institutos federais.
Segundo o ministério, o montante reverte a curva descendente do orçamento das universidades e institutos federais dos últimos anos, quando tiveram dois cortes e três contingenciamentos.
Do aporte anunciado, R$ 1,3 bilhão será direcionado às universidades e R$ 388 milhões aos institutos federais. Esses valores farão com que as universidades e institutos voltem ao montante global de receitas discricionárias de 2019, ainda de acordo com o MEC.
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Os outros R$ 730 milhões serão destinados a obras e ações que ficaram com despesas descobertas na gestão anterior, a exemplo da residência médica e multiprofissional, e bolsas de permanência para estudantes.
UFMG viveu seu pior momento
Em dezembro de 2022, a um mês do fim do governo Bolsonaro, as universidades federais sofreram um corte orçamentário que colocou suas contas ainda mais no vermelho. Foram cortados valores de serviços e compras já realizadas, que aguardavam pagamento. Além de comprometer o funcionamento das instituições para 2023, as universidades se viram, de uma hora para outra, endividadas.
Na época, Sandra Goulart afirmou que não era exagero declarar que a UFMG vivia o momento financeiro mais dramático de sua história.
Segundo a reitora, a universidade mineira iniciou 2023 com um déficit de R$ 20 milhões na Lei Orçamentária Anual, além do débito de R$ 16 milhões do ano anterior. A recomposição orçamentária vem como auxílio a esse cenário.
“Essa recomposição é um enorme avanço e um claro sinal da importância que o governo dá à educação superior para a reconstrução do país”, destacou.
“Temos ainda enormes desafios pela frente. Uma questão importante é o reajuste das bolsas acadêmicas de graduação e extensão ofertadas pela UFMG e que estão congeladas há muitos anos. Outra questão central é a assistência estudantil, cuja demanda aumentou exponencialmente com a pandemia. Além, é claro, de todas as demandas acadêmicas e de infraestrutura”, completou a reitora.
Entre as ações asseguradas com o novo aporte está a conclusão dos dois anexos da Escola de Belas Artes.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Larissa Costa