A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que até 80% dos garimpeiros ilegais já deixaram a Terra Indígena Yanomami três meses após o início da operação de expulsão. A declaração foi dada nesta segunda-feira (1º) durante a visita de uma comitiva ministerial a Boa Vista (RR).
A viagem incluiu Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas; e Nísia Trindade, da Saúde; além de representantes da pasta da Justiça. A visita ocorreu dias depois de garimpeiros assassinarem um agente de saúde indígena e de quatro invasores morrerem baleados durante uma ação do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
"Nós já temos, segundo informação de satélite, uma retirada de cerca de 75% a 80% de garimpeiros. Tem uma parte que está resistindo violentamente. E obviamente é preciso que haja uma ação cada vez mais intensa para poder dar a resposta", declarou Marina.
:: Quatro garimpeiros morrem durante ação federal na Terra Indígena Yanomami ::
Após sobrevoar a região, a ministra do Meio Ambiente disse que é possível ver pontos de garimpos abandonados, enquanto outros continuam funcionando. Ela garantiu que todos os invasores serão removidos.
"A insistência [dos garimpeiros] em permanecer, mesmo com todos os esforços para o convencimento da saída pacífica, são uma demonstração de que existem forças muito poderosas economicamente por trás dessa ação criminosa", enfatizou a ministra.
Governo tem preocupação humanitária com garimpeiros, diz Guajajara
Sonia Guajajara declarou que o governo federal vem tentando retirar os invasores sem violência. Segundo o Ibama, os garimpeiros que morreram baleados teriam ligação com um facção criminosa.
"Todos os órgãos têm essa preocupação humanitária. Tanto que o espaço aéreo ficou aberto por um tempo bem prolongado para que eles pudessem sair sem nenhuma ação ostensiva", afirmou Guajajara.
:: Ataque de garimpeiros mata Yanomami e fere outros dois em Roraima ::
Para a ministra dos Povos Indígenas, a persistência mostra que os mineradores clandestinos procuram deliberadamente o enfrentamento com as autoridades.
"Continuamos pedindo para que aqueles que estão lá possam sair de forma voluntária, considerando que de 75 a 80% já saíram. Aqueles que estão ali estão resistindo. E querem ficar ali para provocar esses conflitos", pontuou.
Edição: Felipe Mendes