A Polícia Federal afirmou em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia das alterações no seu registro de vacinação e no da sua filha Laura. O principal indício é que a emissão desses certificados foi feita de dentro do Palácio do Planalto, entre os dias 22 e 27 de dezembro do ano passado. O ex-presidente nega que tenha falsificado o documento.
Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, que seria o principal articulador do esquema, foi preso nesta quarta-feira (3) durante a operação e se manteve em silêncio. Também foi preso, o major Ailton Gonçalves era um dos integrantes da organização envolvida na possível fraude dos registros de vacinação e pode ter facilitado a falsificação dos dados do ex-presidente no sistema do município de Duque de Caxias, no RJ. Gonçalves também afirmou, em áudio trocado com Mauro Cid, que sabe quem é o mandante do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco.
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Para falar sobre o assunto, o Central do Brasil desta quinta-feira (4) conversou com o senador Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco. O senador também fez uma avaliação sobre a CPI do MST.
Integrante da CPI da covid-19 no Senado, que apresentou uma série de acusações sobre a condução da pandemia pelo ex-presidente, Costa acredita que as novas investigações sobre a fraude em cartões de vacinação escancaram o negacionismo promovido por Bolsonaro. "O ex-presidente chorou muito, sensibilizado, porque alguém da polícia teve acesso ao cartão de vacinação da mulher dele. No entanto, diante de 700 mil mortes esse cidadão nunca teve uma lágrima, nem nunca consolou uma família por conta de serem vítimas da covid-19. Então esse fato novo eu acho que ele só vem a agravar toda a conduta que ele teve. Além do negacionismo, além da posição anti-ciência, fraudar um cartão de vacinação para poder ter acesso a um outro país é uma coisa muito grave."
:: Técnica de enfermagem citada em registro oficial nega ter aplicado vacina em Bolsonaro ::
Na visão do petista, a CPI dos atos antidemocráticos deve trazer uma "avalanche de notícias negativas para Bolsonaro e para os bolsonaristas". Já com relação à CPI do MST, Humberto Costa acredita que o objetivo dela é de criminalizar os movimentos sociais. "Eu acho que o que há é uma tentativa de criar fatos políticos para tentar desgastar o governo que está engatando uma marcha rápida para fazer as mudanças que o Brasil está precisando. É importante que haja uma participação bastante combativa por parte dos deputados que vão compor essa CPI. Mas eu acredito que ao final vai gerar muita fumaça e muito embate, mas nada que possa comprometer nem o movimento, nem o governo."
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Edição: Nicolau Soares
