Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma "bronca" na imprensa durante entrevista coletiva concedida neste sábado (6) em Londres, onde o petista participou de encontros diplomáticos e compareceu à coroação do rei Charles III.
O presidente cobrou posicionamento da categoria a respeito da perseguição ao jornalista Julian Assange, que segue preso na capital da Inglaterra, vítima de perseguição judicial protagonizada pelos Estados Unidos.
"É um negócio maluco. A gente briga e fala em liberdade de expressão. O cara [Assange] está preso porque denunciou as falcatruas. E a imprensa não se mexe na defesa desse jornalista. Eu sinceramente não consigo entender", afirmou Lula.
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Detido há quatro anos, o fundador do Wikileaks está na prisão de Belmarsh, a poucos quilômetros de onde Lula respondia perguntas da imprensa. Na coletiva estavam jornalistas da Globo, Record e TV Cultura. A pergunta sobre o ativista partiu da jornalista Sara Vivacqua, do Diário do Centro do Mundo (DCM).
"Vou falar inclusive na frente dos jornalistas. É uma vergonha que um jornalista [Assange] esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar", prosseguiu o presidente, que defendeu um "movimento mundial da imprensa" em defesa da "liberdade de denunciar".
Caso Assange
Em abril de 2019 o fundador do Wikileaks Julian Assange foi preso preso em Londres, onde aguarda possível extradição para os Estados Unidos. No país, ele pode ser condenado a uma pena de até 175 anos.
Em 2010, Assange publicou aproximadamente 250 mil arquivos, entre fotos, vídeos e documentos do Pentágono, que revelavam crimes de guerra cometidos pelos militares estadunidenses e práticas de tortura contra detentos da prisão de Guantánamo, base militar dos Estados Unidos em Cuba.
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Desde que foi encarcerado, e antes disso, Assange vem recebendo solidariedade de políticos, ativistas e entidades de todo o mundo. A campanha, porém, não sensibiliza as autoridades norte-americanas, que seguem dispostas a punir o jornalista.
Edição: Lucas Weber