A última segunda (8) foi dia de luta dos povos indígenas potiguaras da Paraíba em torno da educação específica para a etnia. Professores indígenas, funcionários das escolas, caciques, lideranças e apoiadores do movimento indígena estiveram na sede do Centro Administrativo Estadual, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, para reivindicar a criação da categoria 'Professor Indígena', pagamento do piso salarial dos professores e melhores condições de trabalho nas escolas indígenas.
"Dessa forma, foi criada uma agenda, com prazos, para a elaboração do PCCR, apresentação do PCCR do magistério indígena e envio da proposta à Assembleia Legislativa da Paraíba", se pronunciou a Organização dos Professores Indígenas Potiguara (OPIP), através de uma rede social. "A luta por uma educação indígena específica e diferenciada é uma luta do povo Potiguara e de todos os povos indígenas no Brasil", completou a OPIP.
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A Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) também se pronunciou a respeito da luta dos potiguaras. "A educação escolar indígena é de suma importância para a valorização das memórias históricas e ciências tradicionais do povo e para a reafirmação de sua identidade étnica. A luta da educação é uma luta de todo o povo Potiguara. Não há desenvolvimento sem a garantia dos direitos dos povos indígenas", afirmou a APOINME.
A entrada da sede da Secretaria de Educação do Estado da Paraíba foi ocupada por dezenas de professores potiguaras, que dançaram o toré, ritual sagrado e que marca as lutas e a mobilização do povo potiguara, reivindicando a criação da categoria de Professor Indígena. Esta é uma pauta que existe há mais de 20 anos, e que inclusive já está em funcionamento em outros estados brasileiros, no entanto, ainda não é efetivada na Paraíba.
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Além da criação da categoria Professor Indígena, o dia de mobilização também trouxe como pauta a reivindicação do pagamento de piso salarial de professor e a criação de uma Secretaria e/ou Gerência da Educação Escolar Indígena na Paraíba, assim como, a necessidade de elaboração de um plano de Cargo e Carreira específico e diferenciado para o docente indígena, como é garantido na Lei e Diretrizes e Base da Educação, a LDB.
Após 5 horas de negociação, a Secretaria de Educação do estado e o governo da Paraíba se comprometeram a atender as reivindicações.
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Fonte: BdF Paraíba
Edição: Heloisa de Sousa