Investigações

Ex-assessor de Bolsonaro é alvo de busca e apreensão no caso das joias

Polícia Federal apreendeu o celular de Marcelo Vieira nesta sexta-feira (12)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A diligência ocorre no âmbito das investigações acerca das joias sauditas que foram trazidas ao Brasil ilegalmente pelo governo Bolsonaro - Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução

O ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marcelo da Silva Vieira, foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (12), em sua residência, no Rio de Janeiro. No Palácio do Planalto, Vieira foi responsável pelos acervos presidenciais. Seu telefone foi apreendido pela PF.

A diligência ocorre no âmbito das investigações acerca das joias sauditas que foram trazidas ao Brasil ilegalmente pelo governo Bolsonaro. O conjunto avaliado em R$ 16,5 milhões foi apreendido pela fiscalização do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021. A apreensão ocorreu porque qualquer bem cujo valor seja superior a US$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil) precisa ser declarado à Receita Federal, o que não ocorreu no caso das joias.

Em depoimento à PF em abril deste ano, Marcelo afirmou que Bolsonaro conversou diretamente com o seu então braço direito, o tenente-coronel Mauro Cid, para tentar reaver as joias apreendidas.

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O servidor também afirmou que Cid solicitou a ele, por meio de mensagens de WhatsApp, a assinatura de um ofício para solicitar à Receita a incorporação dos bens. Marcelo, no entanto, negou o pedido. Após a negativa, ambos se falaram por telefone.

Na ocasião, "Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao presidente da República essa situação e por que não poderia assinar". Vieira, por sua vez, teria dado uma justificativa técnica, à qual Bolsonaro teria apenas dito "ok, obrigado".

Edição: Nicolau Soares