INVESTIGAÇÃO

Dois jogadores confessaram ter manipulado resultados de jogos da Série A do Brasileirão

Atletas estão afastados dos clubes onde atuam e fecharam acordo com o Ministério Público

Brasil de Fato | Recife(PE) |
Operação Penalidade Máxima coloca em xeque atividade do mercado de apostas no país e mira organização criminosa que alicia jogadores para manipular o resultado das partidas - Joédson Alves/Agência Brasil

Dois jogadores confessaram ter manipulado três partidas do Campeonato Brasileiro de 2022 para favorecer apostadores. Eles admitiram em depoimento feito por vídeo ao Ministério Público de Goiás. Trechos desse material foram divulgados pelo portal UOL

O lateral Moraes, que atuava pelo Juventude em 2022, confessou que participou do esquema e recebeu R$ 25 mil para levar cartão amarelo nas partidas contra o Palmeiras e o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro. 

"Eu estava precisando da grana e acabei topando fazer. Minha esposa ficou brava comigo", disse o atleta. 

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O zagueiro Kevin Lomónaco, que atua pela equipe Red Bull Bragantino, admitiu que recebeu R$ 70 mil para ser punido com um cartão amarelo numa partida contra o América-MG. 

"Ele falava que eu ia ganhar dinheiro rápido, que somente tinha que pegar cartão amarelo. Aceitei. Eu estava na concentração, um dia antes do jogo, acho. Ele seguia insistindo, mandando mensagem, dizendo: 'Vamos fechar, hermano, é dinheiro...' Mas eu fiz sem conhecimento algum que era um crime, algo assim. Fiz assim normal, não perguntei nada pra ninguém", disse o atleta. 

O crime confessado pelos jogadores tem pena prevista de até seis anos. Mas, com a confissão, o MP ofereceu a eles um acordo de não persecução penal. Com isso, eles passam a ser testemunhas das investigações. 

Além deles, outros atletas também fecharam um acordo com o MP para revelar seus envolvimentos com os casos de manipulação de resultados. São eles: Jarro Pedroso, do Inter de Santa Maria, e Nikolas Faria, do Novo Hamburgo- RS. 

O MP de Goiás investiga os crimes por meio da Operação Penalidade Máxima desde novembro de 2022 e apura a existência de uma organização criminosa que alicia jogadores para manipular o resultado das partidas. O esquema favorece uma rede de apostadores. 

Edição: Vivian Virissimo