Vazamentos da inteligência dos EUA apontam que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em reuniões a portas fechadas, teria planejado ataques dentro do território russo. A informação foi publicada pelo The Washington Post no último sábado (13).
De acordo com os documentos vazados do Departamento de Defesa dos EUA, que incluem correspondência pessoal entre o presidente da Ucrânia e o seu comando militar, Zelensky teria manifestado planos de atingir alvos dentro das fronteiras da Rússia com o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos parceiros estrangeiros.
Ao mesmo tempo, as interceptações dão conta que o líder ucraniano sugeriu destruir o oleoduto "Druzhba" na Hungria, país membro da Otan, em meados de fevereiro, durante uma reunião com a vice-primeira-ministra ucraniana Yulia Sviridenko. O oleoduto é responsável pelo transporte de petróleo da Rússia para a Hungria.
"Zelenskyy destacou que [...] a Ucrânia deveria simplesmente explodir o oleoduto e provavelmente destruir a indústria húngara [do primeiro-ministro] Viktor Orban, que é fortemente baseada no petróleo russo", diz o documento.
Se comprovada a autenticidade dos documentos, as interceptações põem em xeque a narrativa com a qual Zelensky angariou apoio irrestrito no Ocidente, prometendo usar o apoio financeiro e militar apenas para fins de defesa, para repelir os ataques russos dentro do território ucraniano.
"[Os documentos] revelam um líder com instintos agressivos que contrastam fortemente com sua imagem pública como o estadista calmo e estóico que resiste ao ataque brutal da Rússia", destaca a publicação norte-americana.
O vazamento ocorre em meio à turnê do presidente ucraniano na Europa, que se encontra no Reino Unido nesta segunda-feira (15), onde encerra as viagens no continente após ter se reunido com as lideranças da Itália, Alemanha e França durante o fim de semana. O objetivo é angariar mais apoio financeiro e militar para a contraofensiva que a Ucrânia vem preparando contra a Rússia.
Edição: Thalita Pires