O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, declarou nesta terça-feira (16) que Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky concordaram em receber uma missão de líderes africanos para discutir um possível plano de paz para resolver o conflito russo-ucraniano.
A informação foi divulgada após conversas telefônicas entre Ramaphosa e os presidentes da Rússia e da Ucrânia.
"Minhas conversas com os dois líderes mostraram que ambos estão prontos para receber os líderes africanos e discutir como acabar com este conflito", disse o presidente sul-africano durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro de Cingapura.
"Se isso terá sucesso ou não, dependerá das discussões que serão realizadas", acrescentou.
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Além disso, ele afirmou que o secretário-geral da ONU e as autoridades dos EUA e do Reino Unido foram informados sobre a iniciativa. Washington e Londres teriam expressado um apoio "cauteloso" ao plano.
Nenhuma autoridade oficial dos países mencionados por Ramaphosa ainda se pronunciou sobre essas declarações.
Foi relatado também que a missão dos dirigentes africanos deve incluir os chefes do Egito, Senegal e Uganda.
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A última rodada de negociações de paz entre as delegações russa e ucraniana ocorreu em março de 2022. A inteligência americana considerou improvável que as negociações entre Moscou e Kiev fossem retomadas em 2023. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no início de maio de 2023, afirmou que Kiev não era contra as negociações de paz, mas não estava pronto para fazer concessões territoriais.
A iniciativa do líder sul-africano surge após acusações de que o país estaria ajudando militarmente a Rússia. Na última quinta-feira (11), o embaixador dos EUA na África do Sul, Ruben Bridgety, acusou as autoridades sul-africanas de fornecer armas e munições à Rússia, apesar de sua declarada neutralidade na guerra contra a Ucrânia.
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De acordo com o embaixador, a averiguação da inteligência dos EUA aponta a presença de um cargueiro russo na cidade sul-africana de Simonstown entre 6 e 8 de dezembro de 2022. "Estamos confiantes de que ele descarregou armas e munições quando voltou para a Rússia", disse o diplomata.
Edição: Vivian Virissimo