O presidente Lula da Silva já está no Japão, onde participa da reunião do G7 - o grupo das sete maiores potências ocidentais. Nesta sexta-feira (19), Ele se reuniu com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese.
Eles falaram sobre a retomada das relações entre os dois países, a proteção do meio ambiente e os investimentos australianos em hidrogênio verde no Ceará. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, trataram também da realização da Copa do Mundo de futebol feminino e sobre os desafios de conter a precarização do trabalho.
No sábado, noite de hoje no Brasil, Lula participa de três sessões temáticas do G7, além de outros encontros bilaterais, um deles com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. A expectativa é de que o presidente brasileiro aborde ao longo do encontro temas como economia, questões climáticas, segurança alimentar e o debate pela paz no mundo.
Para entender um pouco mais sobre a participação de Lula no encontro do G7, o Central do Brasil desta sexta-feira (19) conversou com Pablo Ibañez, professor de geopolítica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). De acordo com Ibañez, apesar dos importantes esforços de Lula em mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, o cenário de paz tem se tornado cada vez mais difícil.
“Eu tenho olhado esse conflito como um praticamente insolúvel para este momento. É muito difícil do Brasil ter algum protagonismo nessa mediação, quem está aparecendo um pouco para isso seria a Turquia que conseguiu realizar um acordo para liberação do Porto de Odessa e do fluxo de grãos.”
Depois de 14 anos sem participar de um encontro do G7, o Brasil participa desse evento como convidado ao lado da Índia e da Indonésia. A aproximação geopolítica dos países do G7 com as nações do Sul global demonstra que há uma preocupação ocidental com o estreitamento de acordos entre os países, disse Pablo.
“É uma demonstração muito clara de que o Ocidente tem uma vontade grande de que esses países se aproximem mais e se distanciem da parceria com a Rússia e a China e, inclusive, a cúpula do G7 tem falado bastante em infraestrutura, apoio e envio de empréstimos, que são as estratégias que a China vem executando muito através da nova rota da seda.”
Além disso, o professor pontuou que “é muito claro que o contexto internacional todo, seja o Oriente ou o Ocidente, quer muito que o Lula esteja presente” nas discussões globais.
“O Lula vai aproveitar também esse espaço que ele está tendo para angariar esforços em relação à Amazônia, e nessa reunião em especial também, acho que o Lula traz de volta o grande tema dele que é o tema da fome e da segurança alimentar, eu acho que ele vai surfar muito esse protagonismo em relação a esses dois temas.”
Assista agora ao programa completo:
E tem mais!
Rússia
A contraofensiva da Ucrânia na guerra contra a Rússia tem sido marcada por uma disputa também no campo dos discursos, enquanto os ucranianos alegam que ainda precisam de tempo para preparar uma ofensiva, os russos afirmam que as tropas do país vizinho já iniciaram o contra-ataque.
Congresso
A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o projeto que estabelece a igualdade salarial entre homens e mulheres. Apesar do avanço da legislação, especialistas apontam que o desafio é garantir direitos para as mulheres que estão no mercado informal.
Edição: Rodrigo Durão Coelho