O plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro deve votar seu plano de trabalho na próxima quinta-feira, 1º de junho. A elaboração e apresentação do roteiro para as atividades está a cargo da senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Com o deputado Arthur Maia (União-BA) como presidente, o senador Cid Gomes (PDT-CE) como primeiro vice-presidente e o senador Magno Malta (PL-ES) na posição de segundo vice-presidente, a mesa da Comissão reflete a maioria de governistas e independentes no conjunto do colegiado.
Mais de 130 requerimentos já foram protocolados por deputados e senadores. A oposição foca na convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), e de Gonçalves Dias, responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na data das invasões. O segundo nome é uma peça chave no processo político que levou à instalação da CPMI e a uma verdadeira virada do governo em relação à questão.
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Inicialmente resistente à instalação de uma investigação parlamentar em um momento em que tenta impor sua agenda nos trabalhos congressuais, o governo mudou sua posição após a divulgação de imagens de Dias em meio a manifestantes - o que levou ao seu afastamento. Dias alega que agiu para minimizar danos.
A mudança de postura na Esplanada, por sua vez, fez com que o ímpeto oposicionista em instalar a Comissão diminuísse. Se antes o objetivo era tentar estabelecer uma narrativa de omissão por parte do Executivo empossado em janeiro de 2023, a intenção da oposição passou a ser conter danos.
O próprio nome de Gama foi criticado por integrantes da oposição como Marcos do Val e Eduardo Bolsonaro. Além de pertencer a um partido que compõe o bloco governista no Senado, a parlamentar foi eleita para Casa em 2018, na chapa em que Flávio Dino era candidato a governador - o que é tido como sinal de proximidade com um dos ministros que mais causa constrangimentos à extrema-direita.
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A base governista, de seu lado, investiu em uma série de requerimentos, que vão de Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, até Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Conversas de Cid cogitando tentativas de golpe de Estado foram encontradas, por conta de investigações da Polícia Federal em outros casos em que o coronel é investigado. Uma série de comandantes da Polícia Militar do Distrito Federal também devem ser convocados, além de autores das invasões já identificados e presos.
O nome de Jair Bolsonaro (PL), que realizou postagem no dia dos eventos, ainda não costa de nenhum requerimento, bem como o da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Possíveis convocações de ambos, entretanto, não são descartadas à medida que a CPMI avance.
Edição: Rodrigo Durão Coelho