A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) recebeu, nesta terça-feira (30), o casal Nelcilene Reis e Ivan Xavier, ex-acampados de um terreno ocupado pelo movimento em 2019.
Aos parlamentares, o casal fez acusações contra o movimento, que considerou a fala "esvaziada de elementos comprobatórios". "Suas falas, inflamadas por deputados bolsonaristas, lançaram uma série de acusações a militantes e ao Movimento sem nenhum tipo de comprovação. A fala do casal foi completamente esvaziada de elementos comprobatórios, apenas baseadas em suposições", explicou o MST, em posicionamento enviado ao Brasil de Fato.
O movimento lembrou ainda que "Ivan e Nelcilene foram autores de agressão contra família acampada em 2021. Segundo as vítimas, o casal tentava impor o 'terror e a força' contra os associados que são contrários às ideias daqueles".
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) defendeu o movimento. "Há décadas, o MST presta um enorme serviço à sociedade. O que há é a pedagogia da liberdade, um instrumento para organização do povo, um instrumento para que haja escolas no campo, para que aqueles e aquelas que vivem em lonas possa ter acesso á terra."
Quando o bloco de esquerda se organizava para perguntar, o casal abandonou a audiência. Instantes antes de partirem, Nelcilene Reis e Ivan Xavier foram avisados pela deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR) que poderiam ser processados se faltassem com a verdade durante o depoimento.
Membros do bloco de esquerda acusaram o relator da CPI, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) de orientar as respostas de Nelcilene Reis e de ter aconselhado a ex-acampada a abandonar a comissão.
Edição: Nicolau Soares