O presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia pelo ataque de drones que atingiu Moscou nesta terça-feira (30) e disse que a ofensiva foi uma resposta a um ataque russo ao quartel-general da inteligência militar da Ucrânia, realizado "dois ou três dias atrás".
O líder russo classificou o ataque com um ato de terrorismo. Ele também alegou que os sistemas de defesa aéreo russos funcionaram "normal e satisfatoriamente".
De acordo com o Ministério da Defesa russo, oito drones atacaram Moscou e seus arredores nesta terça-feira (30) e todos eles foram interceptados.
Oficialmente, a Ucrânia nega envolvimento, mas o assessor do presidente da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, disse: "estamos felizes em observar" e previu mais ataques em território russo.
Ao comentar o incidente, Putin voltou a justificar a guerra que a Rússia iniciou na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, culpando Kiev pelo início da crise no país em 2014.
"Não desencadeamos esta guerra em 2014 - o regime de Kiev desencadeou uma guerra em Donbass. E não usamos esses meios, que são usados por figurões ucranianos. Outra confirmação disso é o ataque à instalações pacíficas em Moscou", disse o presidente.
Ele enfatizou que, ao contrário das Forças Armadas da Ucrânia, o exército russo só realiza ataques de precisão contra instalações de infraestrutura militar, incluindo "o quartel-general de inteligência militar da Ucrânia, que foi atingido há dois ou três dias".
"Como se sabe, o regime de Kiev escolheu um caminho diferente, o caminho das tentativas de intimidar a Rússia, intimidar os cidadãos russos e atacar prédios residenciais. Isso, claro, é um sinal claro de atividade terrorista", disse Putin.
Relatos da instalação de sistemas adicionais de defesa aérea em Moscou surgiram ainda em janeiro. Na época, analistas militares pró-Kremlin previram que a capital russa poderia vir a ser alvo de ataques de drones.
Já os EUA, ao comentar os ataques de drones, foram cautelosos e afirmaram que ainda estão coletando informações sobre o incidente. No entanto, a Casa Branca destacou que o país não apoia ataques em território russo e está focado em ajudar a Ucrânia a recuperar seu território reconhecido internacionalmente.
Em contrapartida, a Rússia voltou a atacar a capital ucraniana de Kiev com drones de ataque iranianos Shahed-136/131 na noite desta terça-feira. A Força Aérea Ucraniana disse que, no total, o exército russo lançou 31 drones kamikaze, dos quais a defesa aérea ucraniana destruiu 29. Foi o 17º ataque russo deste tipo contra Kiev durante o mês de maio.
Edição: Thales Schmidt