Dez líderes da América do Sul se encontraram nesta terça-feira (30/05) em Brasília após convite do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa teve como propósito discutir novos rumos para a integração regional, focando na retomada da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Ainda na noite de terça, após o encontro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que o país irá regressar ao bloco, do qual saiu em 2018 durante a gestão direitista do ex-presidente Iván Duque.
Pelo Twitter, Petro comunicou a decisão e disse que solicitou que a Unasul passe a se chamar "Associação de Nações Sul-Americanas" para, segundo ele, "garantir o pluralismo e a permanência ao longo do tempo".
"Decidi reintegrar o país à Unasul, ratificando o tratado aprovado pelo Congresso por meio de lei, e solicitei que seja chamada de Associação de Nações Sul-Americanas para garantir o pluralismo e a permanência ao longo do tempo", afirmou.
Em 2018, o então presidente Duque saiu da Unasul defendendo que a Colômbia auxiliasse no fortalecimento da Organização dos Estados Americanos (OEA), que, diferente do bloco sul-americano, tem a liderança dos Estados Unidos.
Atualmente, a Unasul é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Guiana, Suriname e Venezuela. Buenos Aires e Brasília anunciaram o retorno ao bloco no início de abril deste ano.
Na terça, durante o encontro com os líderes da região, Petro manifestou que a América Latina precisa estar "unida, ser uma voz unificada, porque tem um grande potencial, tem em suas mãos, em seu próprio território, várias das soluções mais importantes à crise integral que a humanidade vive hoje. Esta reunião deve esclarecer esse papel”.
Consenso de Brasília
A reunião convocada por Lula teve como fundo a retomada da integração e de defesa ao legado da Unasul. O presidente brasileiro, inclusive, apresentou aos colegas 10 propostas que poderiam ser discutidas na cúpula para impulsionar a cooperação.
Além disso, o presidente brasileiro ressaltou o desejo de uma moeda comum na América do Sul que reduza a "dependência de moedas extrarregionais".
Os presidentes que estiveram na reunião: Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela) para uma reunião no Palácio Itamaraty, em Brasília.
A única mandatária ausente é Dina Boluarte (Peru), que enfrenta impedimentos constitucionais e foi representada pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.