Após a confirmação de que Cristiano Zanin será o indicado pela Presidência da República para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria de Ricardo Levandowski, Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará na tarde desta quinta-feira (1º) com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O parlamentar preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O encontro está marcado para as 17h. A CCJ do Senado é responsável pela sabatina de indicados ao Supremo, e Pacheco assegurou que encaminhará a indicação ao colegiado assim que esta chegar formalmente ao Senado. Entre os senadores que vão sabatinar o indicado de Lula, estão Sergio Moro e Flavio Bolsonaro.
A confirmação de Zanin foi anunciada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). As formalidades ainda não foram executadas, mas espera-se que a indicação formal ocorra ainda nesta quinta-feira. Na quarta-feira (31), Zanin teve um jantar em Brasília com Pacheco, Alcolumbre e com os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
Assim, especula-se que a reunião entre Lula e Alcolumbre tratará centralmente do processo de confirmação do nome de Zanin no Senado. Além disso, espera-se que o encaminhamento da indicação ao Senado ocorra justamente após a reunião com o presidente da CCJ.
Caminho no Senado
Após ser sabatinado, Zanin terá seu nome avaliado em votação do Plenário do Senado, no qual ele precisa de maioria simples - ou seja, do posicionamento favorável de 41 integrantes do Senado.
O próprio presidente do Senado indicou não ter resistências ao nome do advogado. "Avalio positivamente alguém que reúne condições e tem os predicados para ser ministro do Supremo Tribunal Federal e essa é uma avaliação obviamente que o colegiado do Senado Federal terá condições de fazer", declarou Pacheco.
Alcolumbre, ex-presidente do Senado e aliado de Pacheco, é um dos nomes fortes no Senado. Como presidente da CCJ e, desta forma, responsável por conduzir a etapa inicial da avaliação do nome de Zanin, o senador terá um cenário inusitado pela frente.
Conhecido por sua atuação na defesa de Lula em processos ligados à Lava Jato, Zanin se tornou um forte crítico dos métodos da operação, tendo sido o responsável formal por questionar a competência e isenção de Sérgio Moro. O ex-magistrado, agora senador pela mesma legenda de Alcolumbre, é um dos titulares da CCJ.
Moro, como uma das figuras mais emblemáticas da oposição frontal ao governo Lula, contará ainda com outros nomes da tropa-de-choque na CCJ, como Marcos do Val (Podemos-ES) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Edição: Rodrigo Durão Coelho