A Juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início a atos nesta segunda-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, para denunciar quem atua para destruição do campo. As manifestações acontecem em todo o país, e dão início a uma mobilização que vai durar toda a semana.
Sob o lema "Combater o agro, garimpo e a mineração: Rompendo cercas alimenta a nação!", a Juventude Sem Terra está realizando sua 14ª Jornada Nacional, abordando o tema ambiental e o papel da Reforma Agrária Popular na defesa dos recursos naturais, na produção de alimentos saudáveis e discutindo os impactos do agronegócio e da mineração no meio ambiente e na vida das pessoas.
A "capital do agronegócio", Cuiabá, recebeu mobilização para denunciar os crimes atribuídos à família do Governador Mauro Mendes (União Brasil) nos setores de mineração, energia e construção civil. A ação faz parte da Jornada de Luta liderada pela Juventude Sem Terra da região Centro-Oeste. O grupo, que contou com organizações ambientais matogrossenses, se reuniu em frente ao palácio do governo.
Mauro Mendes e sua família são proprietários e sócios de várias empresas que foram denunciadas por práticas semelhantes à escravidão em Rondônia, casos de morte devido a condições de trabalho inadequadas, assédio moral, garimpo em áreas de preservação ambiental e invasão de terras quilombolas no estado do Pará, além de enfrentarem diversos outros processos judiciais.
Essas empresas devem mais de R$ 115 milhões ao governo federal por evasão fiscal, de acordo com dados do sistema Dívida Aberta, da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional.
Integrante do Coletivo Nacional da Juventude do MST, Renata Menezes contou que, durante o dia, haverá outras mobilizações ligadas ao plano nacional "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis", com inauguração de viveiro com plantios com e roçados. Além disso, haverá atividades em assentamentos até o próximo dia 10, para que a população conheça de perto o real trabalho do MST.
"A semana do dia 5 de junho, que é o Dia Mundial do Meio Ambiente, posiciona a Juventude Sem Terra com as leituras que nós jovens temos sobre o campo brasileiro e que envolvem a pauta ambiental, especialmente nesse período onde muito se fala em mudanças climáticas, mas pouco se reflete sobre como a relação entre a natureza e o ser humano é fundamental", pontua.
"Para a juventude Sem Terra, esse período é também um momento de posicionar a reforma agrária popular como uma das formas da gente fazer o combate aos crimes ambientais, da gente produzir alimento de forma saudável e de forma harmônica com a natureza, e também pautar a denúncia dos verdadeiros vilões, aos inimigos do meio ambiente: o agronegócio, a mineração, o garimpo ilegal. Todas as formas de depredação da natureza que são empenhadas aí pelos setores do Capital no campo", complementa.
Edição: Rodrigo Durão Coelho